João Portugal Ramos é um dos nomes inquestionáveis e de referência no setor da viticultura do País e em especial do Alentejo.
Enólogo e CEO da Empresa João Portugal Ramos, com negócios espalhados pelo País, nomeadamente em Estremoz, o grupo é hoje um dos maiores na área em Portugal e com uma posição muito vincada a nível internacional pois já exporta para mais de 40 países.
João Portugal Ramos, em entrevista ao Jornal de Negócios, falou sobre as questões que são nestes momento cruciais para o setor do vinho, nomeadamente as questões da sustentabilidade, alterações climáticas passando pela escassez de água.
Defende aliás que a questão das alterações climáticas vão obrigar os pequenos produtores de vinho a repensarem os seus negócios pois as exigências deixam estes produtores numa situação mais fragilizada dado não se tratar de produção em grande escala.
A trabalhar no setor há 40 anos, o seu negócio é “familiar” e para o desenvolver conta com os seus filhos. Começou com uma pessoa e hoje tem 150 empregados, o que, segundo o próprio eleva a responsabilidade social da empresa pois estas famílias também dependem do sucesso da empresa. O Grupo João Portugal Ramos é o segundo maior empregador do concelho de Estremoz.
Quanto à biodiversidade , o empresário entende que as vindimas são cada vez mais cedo, fruto das vagas de calor, ou seja, das alterações climáticas o que obriga a que os empresários do setor se tenham que adaptar, o que cedo aconteceu nas suas terras.
O aquecimento global é outra das suas preocupação e as suas terras já estão a ser preparadas para responder a esta problemática ainda assim entende que “não se pode mudar uma vinha de um momento para o outro. “
Questionado como tem gerido a questão da escassez da Água, João Portugal Ramos considera que , nesta matéria, o Alentejo “está dividido em dois; o do Alqueva que tem muita água e o outro, o nosso, onde existem muitas dificuldades” defendendo que “ir buscar água ao Alqueva pode ser uma hipótese mas podem-se fazer mais pequenos ‘Alquevas’.
O CE do Grupo defende igualmente que “vão ter que haver mais barragens, as pessoas têm de ter água, quanto mais não seja para beber e se lavarem.”Todas estas questões, acredita João Portugal Ramos, vão obrigar a repensar o setor da viticultura na região Alentejo e é sua convicção que vai ter que se “privilegiar quem faz bem”.
Foi em 1990 que João Portugal Ramos plantou os primeiros cinco hectares de vinha em Estremoz. Alargou a sua atividade para além do Alentejo a partir de 1989, chegando ao Ribatejo, às Beiras, ao Douro e ao Vinho Verde.
O seu percurso já lhe valeu diversos prémios nacionais e internacionais, distinguido com prémio por ser “criador do moderno Alentejo vitivinícola”.