As alterações climáticas que têm vindo a ser registadas, nomeadamente o aumento da temperatura média anual, assim como a construção de barragens, têm tido impacto em todo o ecossistema. O Rio Guadiana, por exemplo, regista um aumento da temperatura e da salinidade da água no seu estuário.
Estas condições favorecerem o desenvolvimento de espécies exóticas, cuja presença nunca antes fora registada neste curso de água, nomeadamente o caranguejo azul e a corvina americana.
Ao longo dos últimos anos, o número, quantidade e variedade de espécies invasoras no Estuário do Guadiana (localizado entre Vila Real de Santo António, Algarve e Ayamonte, Espanha) tem aumentado, tendo sido registadas mais de dez, que vão desde peixes a amêijoas, alforrecas, camarões e caranguejos.
Estas alterações têm levado à propagação de espécies exóticas, e à escassez de espécies nativas, como a enguia ou a lampreia.
No âmbito de um projeto do Centro de Ciências do Mar (CCMAR) da Universidade do Algarve, em colaboração com os pescadores, são recolhidas amostras da água no rio, assim como medidas a temperatura, salinidade, PH, oxigénio, entre outras caraterísticas da água.
Como ponto de referência para a monitorização das espécies presentes e da evolução das condições do rio, existem estudos iniciados na década de 90, aquando da construção, da Barragem do Alqueva (Rio Guadiana, Alentejo).
Recorde-se que, tal como noticiado anteriormente pela RC, o Rio Guadiana alberga atualmente número igual de espécies de peixe nativas e exóticas (11 cada).