A Câmara Municipal de Serpa assinou esta sexta-feira, dia 23 de setembro, um protocolo de cedência de bens culturais entre Manuel Soares Monge e a Câmara Municipal de Serpa.
De acordo com a informação avançada pelo Município de Serpa na sua página oficial, os bens em questão são provenientes da Herdade de Belmeque (União das Freguesias de Vila Nova de São Bento e Vale de Vargo), reportando-se a um conjunto excecional descoberto numa sepultura da Idade do Bronze do Sudoeste, datada de cerca de 1500 a.C.
A sepultura de Belmeque foi descoberta nos anos 60 do século passado e alvo de várias publicações científicas desde os anos 70. Possuía dois indivíduos enterrados, sem os respetivos crânios, acompanhados de um riquíssimo espólio: um vaso decorado com caraterísticas únicas, e diversos artefactos metálicos como uma faca com rebites em ouro, dois punhais com rebites de prata e várias tachas em prata.
Alguns investigadores consideraram esta sepultura e o seu espólio como uma manifestação cultural exógena ao mundo do Sudoeste, atribuindo-lhe afinidades com outras culturas, como a de El Argar (Sudeste de Espanha) ou outras de origem no Mediterrâneo Central e Oriental.
O proprietário da herdade manifestou o interesse em ceder, por um período de 10 anos, à Câmara Municipal de Serpa, a parte deste espólio que ficou nas suas mãos, com vista à sua exposição no Museu Municipal de Arqueologia.
Após a assinatura do protocolo agora firmado, o espólio ficará à guarda da Câmara Municipal de Serpa que será responsável por proceder à avaliação do estado de conservação dos artefactos e zelar pelo cumprimento de todos os procedimentos necessários à sua salvaguarda e à sua integração no Museu Municipal de Arqueologia.