Uma equipa de antropólogas da Universidade de Évora e da Universidade de Coimbra descobriram, durante umas escavações efetuadas em 2001, na necrópole (cemitério) medieval do Rossio do Marquês de Pombal, em Estremoz, três esqueletos do período medieval que indicam a existência de punição judicial através da amputação das mãos e dos pés, perto da morte (perimortem), datadas dos séculos XIII e XV.
As três ossadas pertencem a indivíduos do sexo masculino, com idades compreendidas entre os 18 e os 35 anos, que foram sepultados em túmulos localizados lado a lado, no canto sul do cemitério. As mãos e os pés mutilados foram colocados perto ou sob os corpos.
As fraturas sugerem que os pés foram cortados com um golpe forte, infringidos por um instrumento afiado, como uma espada ou um machado.
Tendo em conta a posição geoestratégica da região, representada pelos seu Castelo e Tribunal Real, considera a equipa de investigação, que estas instituições recorriam a estas práticas violentas e punitivas, com um significado social de denegrir o corpo, com a intensão social de dissuadir a população de praticar os mesmos atos.
Este trata-se do primeiro caso do mundo, em que foram descobertos três esqueletos com amputações de mãos e pés, na mesma necrópole (cemitério). Estudos anteriores só revelam a descoberta de um corpo nestas condições.