O Centro Educativo de Vila Fernando (Elvas), encontra-se encerrado há mais de uma década. Durante este período foram apresentadas várias propostas para instalação no espaço, não havendo ainda nenhum projeto conclusivo.
Em declarações à Rádio Campanário, Helena Mesquita Ribeiro, Secretária de Estado e da Justiça, garante que alguma medida será tomada “de modo a restituir todo aquele património aos elvenses”.
A Secretaria de Estado da Justiça e a Câmara Municipal de Elvas têm mantido “contactos estreitos”, que reúnem benefícios do interesse público, aponta a Secretária de Estado, realçando a persistência do autarca Nuno Mocinha, em evidenciar a necessidade de “dar andamento àquele património que está ali abandonado”.
Garante que estão a ser levados a cabo trabalhos, por todas as partes envolvidas, “com todo o empenho e competência”, com vista a “dar um destino a Vila Fernando”, seja este “mais ou menos global”.
O importante, considera, é que o património do Centro Educativo de Vila Fernando seja restituído aos elvenses, e que possa “contribuir para o desenvolvimento desta região, desta cidade e deste município que é lindíssimo”.
À RC, Nuno Mocinha, Presidente da Câmara Municipal de Elvas, garante que “estamos determinados em devolver à vida aquele património”.
Descrevendo o projeto como “desafiante”, afirma ser “um percurso muito difícil de se fazer”.
Neste sentido, é necessário aproveitar o apoio do Governo, para ser potenciada “a criação de postos de trabalho e o desenvolvimento da nossa terra”.
Questionado relativamente à possível integração em programas de investimento, nomeadamente o REVIVE, o autarca avança que o Centro Educativo de Vila Fernando não integra nenhum. Desta forma, existem duas formas de ser realizada esta intervenção, sendo uma “por fases, numa perspetiva público-privada”. Por outro lado, surge a hipótese publicamente conhecida de ter ali lugar um projeto privado, “em que se poderão instalar um conjunto de atividades de iniciativa privada”. Esta é a primeira hipótese e aquela em que “estamos a trabalhar”, avança. A mesma contaria, “obviamente, com a coordenação do Estado”.
O autarca afirma que “tem sido esforço comum, tanto da Secretaria de Estado da Justiça, como da Câmara Municipal de Elvas […] para devolver à vida aquele património que neste momento está no estado em que está”.
Recorde-se que, tal como noticiado anteriormente pela Rádio Campanário, a empresa chinesa Prospect Time International Investiment assinou em agosto de 2017 um memorando de cooperação com o município que prevê, entre outras iniciativas, a implementação de um projeto de readaptação e requalificação do espaço do centro.
A centenária Colónia Correcional, posteriormente designada de Centro Educativo de Vila Fernando, fechou portas em 2007 (final de 2006), 112 anos após a sua abertura.
Com mais de 1000 hectares, o espaço é composto por vários pavilhões para dormitório dos alunos, bairro com moradias dos funcionários, salas de aulas, refeitório, lagar, adega, prisão, hospital, ginásio, padaria, lavandaria, teatro, fabrico de manteiga e queijo, avicultura e cunicultura, armazéns e oficinas nomeadamente de mecânica, eletricidade de baixa tensão, serralharia civil, carpintaria-marcenaria, sapataria, alfaiataria e funilaria.