Decorreu esta quarta feira (16 de janeiro) a Conferência «Desafios e Oportunidades para o desenvolvimento Sustentável no Alto Alentejo», no Centro da Ciência do Café em Campo Maior.
A AREANATejo (um dos dinamizadores do evento) na voz do seu diretor técnico, Diamantino Conceição, abordou o “estado de alerta” dos municípios para as questões ambientais, dizendo “uns estão mais despertos que outros, sendo o papel da AREANATejo alertar no âmbito da eficiência energética e das energias renováveis, uma vez que estas matérias são cada vez mais faladas, cada vez tem um impacto mais elevado nas questões económicas”.
“O nosso papel é propor aos municípios algum tipo de intervenções”
Diamantino Conceição referiu ainda que existem “três projetos europeus financiados, captando investimento e financiamento para que se possam fazer os estudos na região e levar os municípios a estarem despertos para estes temas, de modo a sermos cada vez mais sustentáveis”.
O primeiro projeto, denominado STEPPING “aborda matérias relacionadas com os contratos performance de energia e o que ficou definido para a nossa região (Alto Alentejo), seria desenvolver planos estratégicos para, caso o município, queira avançar para este tipo de contratos ter todo o suporte jurídico para os implementar”.
Relativamente aos contratos de iluminação pública, o diretor técnico referiu “normalmente este tipo de contratos tem vários tipos de vertentes (…) a iluminação pública divide-se sempre dos outros investimentos municipais, mas são contratos onde existe um investidor global que partilha as poupanças”.
O segundo projeto é o ENER “é um projeto de ações conjuntas para a eficiência energética (…) procuramos trazer tudo o que foi bem feito, e transportar os bons exemplos para cada uma das regiões”.
O terceiro, e último projeto, é o RED URBANSOL “está relacionado com a mobilidade elétrica sustentável”.
Por seu turno, Ricardo Pinheiro, Presidente do Conselho Intermunicipal da Comunidade Intermunicipal do Alto Alentejo (CIMAA), considera que “cada vez mais, os presidentes de câmara estão muito sensibilizados para as questões ambientais”, pois “é importante pormos na agenda do dia que estas questões não se trata só de uma questão económica mas trata-se de deixarmos muito boas práticas para aquilo que são as gerações futuras” e foi isso que neste dia esteve “em cima da mesa”.
“O grande objetivo seria mesmo nós conseguirmos fazer uma redução drástica naquilo que produzimos em termos de resíduos sólidos urbanos”
Em concreto, o Presidente da CIMAA sublinha que é preciso recolocar determinados tópicos na agenda dos municípios, como “o caso dos resíduos urbanos” onde “é extraordinariamente importante conseguirmos aumentar a capacidade de produção de lixo reutilizável”. Com isto, “o grande objetivo seria mesmo nós conseguirmos fazer uma redução drástica naquilo que produzimos em termos de resíduos sólidos urbanos” e ao mesmo tempo, “aumentar o nível de reciclados”.
“Os produtores também se devem associar a este tipo de promoção de políticas de sustentabilidade”
Contudo, para mudar este paradigma, é preciso combater alguns entraves, onde “às vezes são questões culturais muito mais difíceis do que aquilo que se parece”. É nesse contexto que surge “a importância da educação ambiental, no pré-escolar”, pois “faz toda a diferença conseguirmos ter crianças que chegam a uma fase entre o jovem e o adulto que tenham sido educadas com uma consciência ambiental completamente diferente”, afirma Ricardo Pinheiro.
Por fim, tendo em conta o impacto económico gerado também pela produção de resíduos, o autarca de Campo Maior lança o repto à sociedade civil, onde “os produtores também se devem associar a este tipo de promoção de políticas de sustentabilidade”.
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