A Associação Portuguesa de Mulheres Cientistas, AMONET, realizou ontem, no Colégio Luís Verney da Universidade de Évora, o 6º Simpósio Internacional da AMONET na Universidade de Évora, com o objetivo de discutir os problemas e desafios da liderança no feminino em Portugal.
A Rádio Campanário esteve presente e falou com a Presidente da Associação Portuguesa de Mulheres Cientistas, Ana Costa Freitas, que nos fez o balanço da iniciativa e começou por nos referir “o balanço da iniciativa foi muitíssimo positivo porque este simpósio acontece, depois de dois anos de pandemia, anos em que a AMONET teve pouca atividade.”
Para a responsável pela Associação, era essencial que este encontro decorresse de forma presencial, adiantando que a participação foi elevada e a sala esteve quase sempre cheia. Ana Costa Freitas adianta que “falámos sobre vários assuntos ,entre eles o problema da igualdade de género” salientando quem Portugal é dos Países com o maior número de mulheres cientistas.
Ainda assim, acrescenta que “o problema grave não é a carreira de investigação mas sim atingir os lugares de topo e aí sim, ainda estamos muito longe dos valores da paridade.”
O evento contou com a participação da Ministra da Ciência Tecnologia e Ensino Superior, Elvira Fortunato, e Ana Costa Freitas considerou a participação da governante “muito importante” adiantando que a Ministra “abordou, nesta sessão, as suas preocupações com a progressão das carreiras das mulheres cientistas em Portugal” explicando ainda assim que “o problema da progressão da carreira académica começa a estar mais ou menos aliviado.”
O mesmo não acontece na Carreira de Investigação que sublinha “é uma carreira muito precária, há pessoas com currículos muito bons mas que depois não conseguem emprego e praticamente não existe carreira de investigação.”
Na opinião da Presidente da Associação, para que esta questão da paridade possa ser ultrapassada, é necessário “para além das políticas que têm que ser implementadas, e que talvez não estejam a ser bem implementadas, é também um problema cultural e esta é uma questão muito forte.”