O eurodeputado Nuno Melo, eleito pelo CDS/PP, no seu comentário desta quinta-feira, 2 de Março, começou por falar sobre a nova Comissão de Inquérito á Caixa Geral de Depósitos, que toma posse dia 14, começando por referir que na anterior Comissão “a maioria de Esquerda não permitiu (…) que fossem ouvidas pessoas, quer do ponto de vista operacional, quer do ponto de vista politico” e atirou, “deputados que estão numa Comissão de Inquérito para impedir que investigue, não conseguem como resultado outra coisa que não seja uma outra Comissão de Inquérito”.
Sobre os comentários da coordenadora Bloquista Catarina Martins, e anteriormente, do Presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa, em referirem que este seria um caso encerrado, Nuno Melo disse que o Chefe de estado “deve interferir se está em causa o normal funcionamento das instituições democráticas” e acrescentou que “as instituições democráticas funcionam, mesmo se descordamos do Governo”.
Nuno Melo, abordando a escolha para a Presidência da Comissão de Inquérito disse, “certamente que isso está a ser tratado entre quem coordenará na Comissão os trabalhos dos representantes dos Partidos”.
Acerca das preocupações expressadas pelo Tribunal Constitucional em torno das contas das próximas Autárquicas, o eurodeputado referiu que “o Governo tem que avaliar as preocupações desta e entidade, apurar se no seu juízo são legítimas ou fazem sentido” e adiantou que “todos os atos eleitorais somos confrontados (…) com questões que são apontadas por esta entidade como não sendo decorrentes do bom cumprimento da lei”.
O eurodeputado falou ainda sobre o atual caso dos “Offshores”, disse que “é evidente que a revelação dessas transferências não teria acontecido com despacho ou sem despacho do Secretário de Estado”, adiantou que “os bancos como é de lei comunicaram á Autoridade Tributária, a Autoridade Tributária teve a oportunidade de confirmar, pelo anterior presidente, de analisar e de tratar estas transferências” e esclareceu, por outras palavras e adaptando ao caso em especifico, “a Autoridade Tributária (…) teve oportunidade de avaliar a legalidade das transferências, ponto 1, e cobrar os impostos se devidos, ponto 2”.
No final do seu comentário, Nuno Melo indicou que de forma “ignóbil” tentou “transforma-se uma publicação de estatísticas (…) numa vontade do Ex-Secretário de Estado tentar esconder qualquer coisa” e atirou que o Ex-Secretário “apenas não diligenciou a publicação de estatísticas, mas as estatísticas não significam ocultação das transferências”.