O Fórum Cultural Transfronteiriço de Alandroal recebeu hoje a inauguração da a exposição ‘Retratos de Alandroal’, da Malvada Associação Artística, que vai estar aberta ao público de 02 de novembro a 8 de dezembro.
A Rádio Campanário falou com José Miguel Soares, da Malvada Associação Artística, fotógrafo e psicólogo, e com Ana Luena sobre este projeto de inclusão social que foi desenvolvido no concelho de Alandroal. Este projeto que está relacionado com várias candidaturas em várias áreas que a CIMAC abriu.
Este projeto “foi uma consulta previa, no âmbito do Programa Transforma, em que é para fazer projetos de inclusão social através da área artística e nós apresentámos uma proposta e fomos selecionados”, explicou Ana Luena.
Ana Luena referiu que “estamos a desenvolver o projeto à cerca de ano e meio, desde julho do ano passado, com algumas paragens por causa da pandemia, o que se revelou também bastante importante porque estamos a trabalhar com o publico sénior” destacando que “acabou por ser um momento bastante forte e importante no desenvolvimento deste tipo de atividade artística de inclusão, mas através da arte, neste caso da fotografia.”
Questionado como se faz a inclusão através da fotografia, José Miguel Soares referiu que “somos uma associação artística, o nosso trabalho é sempre criação artística e nós temos o maior prazer em trabalhar com estes grupos excluídos e comunidades,” destacando que “como é que se faz isto, eu acho que a arte inclui todos, e agora a propósito da pandemia é talvez importante salientar, é para nós uma profissão essencial” frisando que “a arte é um aspeto essencial da vida, nesse sentido, basta apenas a aproximação do projeto artístico da criação artística a públicos que não tem normalmente tanto acesso a esses projetos para já estarmos a falar de inclusão.”
Este projeto teve várias fases, segundo Ana Luena, ” não foi um projeto em que as pessoas foram retratadas, isto foi um projeto que teve várias fases” dando como exemplo “num primeiro momento, fizemos sessões de partilha, em que íamos de casa em casa das pessoas, combinávamos encontros em praças e em jardins, através também dos mediadores com quem trabalhamos, neste caso com o Ricardo Pacífico, em que fazíamos entrevistas, conversar com as pessoas e as pessoas mostravam-nos as fotografias e depois, através das suas fotografias, falavam sobre a família, sobre as relações com os lugares porque o trabalho é através da fotografia e a relação que têm com os lugares.”
Só “numa fase mais final é que fizemos sessões de retrato, com algumas pessoas com quem já tínhamos tido outras partilhas” revelando que “acabamos por fazer também em lares, que não estava previsto no nosso projeto, mas quando começou a ser possível e no momento em que eles estavam muito fechados foi muito importante,” dando como exemplo ” durante as sessões de retrato nos lares eles juntaram-se, viam os outros a ser fotografados, nós oferecíamos uma fotografia impressa logo na hora, eles já há muito tempo que não se viam fotografados e a inclusão foi pela relação.”
Questionado sobre se já tinha sido inaugurada mais alguma exposição de inclusão, José Miguel Soares referiu que “estamos a desenvolver o projeto em cinco concelhos do Alentejo Central,” nomeadamente ” Borba, Elvas Alandroal, Reguengos de Monsaraz e Estremoz,” mas “esta é a primeira de cinco exposições.
José Miguel Soares desvendou que a exposição de “Évora será diferente, será no Museu Nacional e abarcará todos os concelhos” acrescentando que “nenhuma das outras foi ainda apresentada, todo o trabalho foi desenvolvido ao longo deste ano e meio nestes concelhos todos e esta é a primeira exposição que estamos a inaugurar.”
Questionado quais tinham sido as zonas do concelho de Alandroal onde tinham feito este trabalho de inclusão, José Miguel Soares referiu “aqui no alandroal estivemos em Alandroal, em Terena, Juromenha e Hortinhas,” sendo que “ que estão aqui retratadas cerca de 40 pessoas”