Portugal enfrenta uma situação pandémica sem precedentes de norte a sul do País. A região Alentejo, que durante algum tempo foi poupada aos elevados números de covid 19, vê-se agora a braços com números assustadores, quer para as populações quer para os Presidentes dos Municípios desta região.
A Rádio Campanário falou com Francisco Ramos, Presidente da Câmara Municipal de Estremoz que, sobre a situação pandémica do País referiu “Estamos perante uma situação muito complicada e, infelizmente, sem fim à vista “ acrescentando ainda que “a vacina trouxe-nos esperança e quando for distribuída pela generalidade da população tenho a expetativa de que possa ser a solução ,no entanto, tenho a consciência de que vai demorar muito tempo ou até tempo de mais.”
O autarca refere ainda “os números deixam-nos apreensivos e dá-me a impressão que houve aqui duas falhas: desde logo deveria ter havido medidas mais musculadas do governo no que diz respeito a determinado tipo de condutas, regras e imposições; por outro lado houve um lascismo muito grande de uma grande parte da população que pensou que o problema estava ultrapassado , que passaria ao lado e que isto só acontecia aos outros.”
No que diz respeito à situação que se vive no concelho de Estremoz, onde existem 369 casos ativos, 88 recuperados e 4 óbitos, Francisco Ramos assegura que “ os números existentes apesar de serem os números oficiais , estou convencido que não são os números reais, com excepção dos óbitos.”
O Edil acrescenta ainda que “ os dados não são atualizados há mais de um mês e meio e o número de casos recuperados é substancialmente superior.” Apesar disso, Francisco Ramos não desvaloriza a situação sublinhando “temos muitos casos, inclusivé nas Freguesias Rurais.”
No que diz respeito a medidas tomadas pela Autarquia no combate à pandemia, Fracisco Ramos esclareceu “tratando-se de um questão restrita de saúde não é responsabilidade da Câmara Municipal porque não temos nem conhecimentos técnicos nem científicos para fazer seja o que for “ sublinhando no entanto que a autarquia tem feito o possível, apostando essencialmente 2em comunicados de sensibilização da situação de forma a que os comportamentos da população se possam coadunar com o que são as regras da DGS.”
Desde o início da pandemia, a Câmara Municipal implementou diversas medidas de apoio, tal como referiu à nossa entrevista Francisco Ramos, destacando-se “a isenção do pagamento da água, quer a domésticos, quer a empresas em dificuldade, por um período de 3 meses o que implicou que a CM deixasse de arrecadar cerca de 300.000€ euros, isenção do pagamento de taxas, apoiar Instituições e IPSSS com a atribuição de subsídios, fornecimento de refeições gratuitas a pessoas carenciadas ou a entrega de cabazes.”
No que diz respeito ao confinamento geral que entrará em vigor no nosso País dentro de horas, o Presidente da Câmara Municipal de Estremoz refere” temos que perceber que não estamos numa fase de normalidade e que só nos restam duas hipóteses: ou continuamos no lascismo e continuamos a alimentar dezenas e dezenas de óbitos e milhares de infetados; ou tem que existir medidas de outra natureza, reduzindo o contato entre as pessoas” acrescentando ainda que,”tendo já existidos diversos casos de infeção nas escolas do concelho, manter as escolas abertas significa que o risco aumenta.”
Francisco Ramos termina formulando um desejo: “o de que possamos regressar à normalidade e voltar a estabelecer laços, os laços que são típicos do ser humano.”