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Sexta-feira, Novembro 22, 2024

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Estrada de Borba: Antigos Vereadores da Câmara alegaram em tribunal desconhecer “o perigo iminente de derrocada”.

Três antigos Vereadores da Câmara Municipal de Borba foram esta quarta-feira ouvidos em tribunal no âmbito processo da Derrocada de um troço da estrada EM255, que liga Borba a Vila Viçosa, e que provocou a morte de dois trabalhadores e de três pessoas que circulavam de automóvel no momento da derrocada.

O julgamento teve início este mês e conta com seis arguidos, entre eles o atual Presidente da Câmara Municipal, António Anselmo e o Vice-Presidente, Joaquim Espanhol, acusados de cinco crimes de homicídio por omissão, e três crimes de homicídio por omissão, respetivamente.

Na sessão desta quarta-feira foram ouvidos três dos ex-vereadores. Benjamim Espiguinha, vereador pelo PSD de 2013 a 2021, explicou ao tribunal que foi alertado para o risco da estrada por um grupo de empresários. Na altura, questionou o executivo PS que liderava a Autarquia, mas a resposta que obteve foi que “havia interesse económico e não havia grande perigo”, avança a agência Lusa. Em Tribunal e apos ser confrontado com declarações proferidas em reuniões de Câmara sobre este assunto, o antigo Vereador reiterou que “se achasse que a estrada estava em perigo, era o primeiro a exigir que não se circulasse”.

Já Nelson Sousa, antigo vereador do PS de 2013 a 2017, disse em Tribunal que participou em reuniões com empresários onde a questão da estrada foi abordada, nas quais disse “ter ficado com a sensação de que havia perigo de derrocada da estrada mas não um perigo iminente.” Adiantou ainda ao Tribunal que em Assembleia Municipal chegou a ser discutida a possibilidade da criação de uma comissão de trabalhar para estudar os riscos existentes mas não soube precisar se a mesma chegou a ser ou não criada.

Quintino Cordeiro, entre 2017 e 2021 eleito pelo movimento do atual presidente do município (MUB) entre 2017 e 2021, foi o último Vereador a ser ouvido e perante o coletivo de juízes referiu que “nunca ouviu alertas sobre riscos da EM255, em reuniões de câmara e assembleia municipal, nem sabe de estudos técnicos.”

Recorde-se que o acidente teve lugar a 19 de novembro de 2018, dia em que um troço desta estrada ruiu para o  interior de duas pedreiras  causando a morte de cinco pessoas.

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