Tal como a Rádio Campanário noticiou, uma das principais entradas de Estremoz vai estar cortada ao trânsito a partir da próxima quarta-feira, devido à proximidade com uma pedreira.
A entrada para a cidade de Estremoz será a partir desse dia feita pelo acesso junto à entrada para a A6.
A Câmara Municipal realizou ao final desta tarde uma conferência de imprensa, no salão nobre dos paços do concelho, no sentido de esclarecer a população sobre as motivações desta decisão., na qual a Rádio campanário esteve presente.
José Daniel Sadio, Presidente da Autarquia Estremocense começou por referir aos jornalista qual o real perigo daquela estrada salientando “desde 2019 que são referidos riscos de derrocada naquela zona” acrescentando no entanto “não existe um perigo de decorada eminente porque, pelo que se percebe do talude da pedreira em questão, no maciço não apresenta questões de risco.”
Segundo o Autarca “o que pode haver são fenómenos estranhos- chuvas torrenciais, tremores de terra ou outras que possam de um momento para o outro levar à derrocada do talude.”
Apesar de não existir um risco eminente em estações normais, refere José Sadio, mas “acontecendo fenómenos anormais e esses podem interferir” sublinhando mais uma vez que “ainda que não haja perigo iminente há risco de derrocada naquela via.”
Considerando a Direção Geral de Energia e Geologia, DGEG a existência uma situação de potencial risco para pessoas e bens na Avenida de Santo António, dado a pedreira com o número de cadastro nacional 177 assim como o Estudo geológico e geotécnico da pedreira n.º 177, elaborado pela SE & UE (Soluções de Engenharia & Universidade de Évora), e, por último, o documento (Visa Consultores, 2019) que indica os resultados da visita efetuada pelos técnicos daquela empresa à pedreira, no dia 19 de março de 2019, visando a apreciação das medidas de intervenção propostas pela Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG), entendeu a câmara Municipal proceder ao corte do trânsito e aplicar algumas medidas, ainda que com horizontes temporais diferentes:
A Curto Prazo vai assim procedera Interdição total ao trânsito de veículos na Avenida de Santo António, na extensão igual ao desenvolvimento longitudinal do talude que confina com a referida avenida, dado o carácter súbito e a elevada velocidade com que ocorrem estes tipos de movimento de vertente, devendo-se manter esta medida até à implementação das medidas de estabilização do talude de médio/longo prazo;
Realização de visitas de inspeção com uma periodicidade quinzenal na época das chuvas e mensal na época estival, e sempre após episódios de; precipitação intensa, para monitorização do potencial recuo da crista do talude, bem como de eventuais deformações e fissuração no pavimento da Avenida de Santo António.
Na referida Conferência de Imprensa, foi apresentado um projeto que o Município pretende ter concluído em setembro deste ano e que vai custar aos cofres da autarquia cerca de 200 mil euros. “Trata-se de uma estrada temporária, a ser construída junto ao cemitério, mas respeitando a distância legal da pedreira. Neste momento é o possível para assegurar alguma normalidade” referiu José Sadio.
Questionado sobre o porquê da medida do corte de trânsito só agora ser tomada, José Daniel Sadio respondeu “foi pedido ao LNEC uma avaliação e ela é muito clara: deve-se encerrar aquele troço no mais curto espaço de tempo possível.”
A médio, longo prazo está ainda previsto o entulhamento total da pedreira. A este propósito o Presidente da CM de Estremoz adiantou “logo em 2019, na sequência da tragédia ocorrida em Borba , foram sinalizadas várias pedreiras em Estremoz e esta foi uma delas.”
Segundo refere o Edil, à data, os proprietários foram notificados para proceder ao enterro da mesma. O executivo anterior decidiu em 2021 adquirir uma dessas pedreiras. Assim, refere o autarca, “neste sentido quem tem o ónus da questão é o Município de Estremoz” explicando quais os passos que estão a ser dados neste caminho.