“também é normal que os povos da Europa comecem a mostrar algum descontentamento, não em particular em França, ou com o presidente Macron”, mostrando “que se indignam quando sentem que alguns ganham muito”, ou que “a área financeira e determinadas indústrias têm os caminhos todos abertos e para outros os caminhos estão todos fechados”. Pelo que, “nós temos que ter uma sociedade mais justa, é o sinal do que está a acontecer em França”.
Sobre a situação portuguesa em concreto, onde existem 47 pré-avisos de greve, o eurodeputado afirma não gostar de “relativizar”, pois “muita está neste momento a exigir e a reivindicar, porque se criaram condições para que possa haver alguma coisa para distribuir”, apesar de não ser “tudo a todos”.
Por outro lado, “nessas 47 greves, há situações muito diferentes”, dando como exemplo a área “dos enfermeiros”, que “eu respeito”, contudo “se reparar há vários sindicatos, há posições diversas, entre os sindicatos e a ordem, há uma metodologia muito específica que é legítima até determinado ponto”. Por outro lado, “o caso dos bombeiros, trata-se de uma nova regulamentação e que, ao que me parece, os bombeiros não foram ouvidos” e por isso, “acho que é muito importante que sejam ouvidos”.
Porém, “quando falamos de segurança nós temos que ter a seguinte ideia: o sistema tem que ser o sistema mais eficaz e é evidente que não pode deixar ninguém de fora”. Por isso dá como exemplo a reforma em que o INEM passou a recolhe doentes com mais gravidade diretamente para os hospitais, pois “hoje nós sabemos que essa reforma feita no INEM salvou centenas de vidas em Portugal” e “nós temos que ter sempre isso presente”.
Assim, “o sistema de Proteção Civil tem que estar focado em salvar vidas, em salvar bens e em dar respostas fortes”, por isso “a luta de quem manda e de quem não manda, os portugueses não vão entender”.
Sobre as declarações do Bastonário da Ordem dos Médicos, que afirmou não poder assegurar não existirem mortes provocadas pelas paralisações dos enfermeiros, Carlos Zorrinho diz que “há entidades que supervisionam esses factos” e que “há providências cautelares que podem ser apresentadas” e por isso “nós vamos aguardar que o sistema tenha processos” para “responder com bom-senso” a esta situação, que “é preocupante”.
No que diz respeito ao pagamento da dívida Portuguesa ao FMI, o socialista afirma que “se nós não saudássemos a dívida teríamos que continuar a pagar com uma taxa de juros muito elevada”, assim “a poupança que vamos fazer” naquelas que eram “umas taxas de jurus mais elevadas vai poder ser utilizada, exatamente para fazer face a algumas prioridades das necessidades do país”. Ao mesmo tempo “o facto de nós termos conseguido pagar esta dívida em antecipação, faz com que nós, cada vez que vamos ao mercado consigamos taxas mais baixas”. “Hoje, nós somos um cliente que a banca confia e, portanto, empresta-nos com jurus menores”, acrescenta.
“O país está a crescer, o orçamento está a aumentar na sua afetação”, diz Carlos Zorrinho, contudo “o que não dá é para tudo e para todos”.