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Sexta-feira, Novembro 22, 2024

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Évora: Centro Comercial às Portas de Avis inviabilizado por plano de urbanização que exige parque de estacionamento para 100 autocarros (c/som)

Conforme a Rádio Campanário oportunamente noticiou, a Câmara de Évora lançou um concurso público para a venda de um terreno municipal, junto ao centro histórico, destinado à construção de um centro comercial, com um valor base de 4,4 milhões de euros, enquanto a sua aquisição em direito de superfície ao longo de vários anos podia atingir os 32 milhões de euros.

Lançado em fevereiro deste ano, o concurso público destinava-se à venda de um terreno com 28.500 metros quadrados situado junto às Portas de Avis, mas o prazo para a apresentação de propostas terminou sem qualquer oferta.

Uma situação que foi agora esclarecida à Rádio Campanário pelo presidente da Câmara Municipal de Évora, Carlos Pinto de Sá, que apontou o plano urbanístico como o principal problema na materialização das propostas, que obriga a que todos os empreendimentos comportem o estacionamento para mais de cem autocarros.

O autarca começou por dizer que o município está a tentar perceber “as razões porque ficou deserto o concurso”, no entanto o autarca salienta que já existia uma ideia do que poderia ter originado a falta de interesse dos investidores, estando neste momento a considerar a possibilidade de suspender o processo ou avançar de novo, e em que condições.

O momento “é de reflexão interna”, declara Carlos Pinto de Sá, e só depois decidirá se será “retomado o processo a breve trecho, ou se iremos repensar a situação”.

No entanto o presidente do Município de Évora alerta que aquele terreno está destinado, no plano de urbanização, “a equipamento comercial e para haver uma outra utilização (…) teria que se avançar para a alteração do plano de urbanização, o que significaria anos de espera”, situação que neste momento não está a ser equacionada.

Instado sobre se a inexistência de interessados se deveu ao avançar do centro comercial Évora Shopping, Carlos Pinto de Sá expressa que não foi esse o motivo porque “as dimensões dos centros comerciais são completamente diferentes, o Évora Shopping é um centro comercial de pequena dimensão, o centro comercial que estava projetado para as Portas de Avis, era um centro comercial de dimensão regional e com uma abrangência que atingia Espanha e portanto são coisas completamente diferentes”, salientando que são outros os motivos.

Questionado sobre os motivos que aponta, declara que “há limitações no plano de urbanização que não conseguimos ultrapassar e que exige um número de estacionamentos, não só neste empreendimento, mas em todos os empreendimentos económicos, que nós concluímos que terá sido um erro, porque se se cumprisse aquele rácio de estacionamento de carros pesados, seria absolutamente impossível termos investimento em Évora, portanto, há ali um erro”.

Carlos Pinto de Sá explica que naquele caso concreto, “o plano exigia mais de cem lugares de estacionamento para autocarros, um número absolutamente absurdo, e fomos questionados sobre esta situação e dissemos que temos intenção de propor alterações ao plano de urbanização, entre as quais uma revisão dessa situação (…) e essa foi uma das questões que levou a que os investidores tivessem recuado porque não estão disponíveis para construir um estacionamento para cento e tal autocarros, para servir o centro comercial e a cidade, quando não é necessário”.         

Acrescenta que existem outras questões que estão a ser analisadas porque “esta é apenas uma delas, que decorre do que temos atualmente no plano de urbanização que tem que ser alterado”.

Carlos Pinto de Sá recorda que existiu “uma discussão profunda na sociedade eborense sobre esta matéria, houve uma discussão na câmara que aprovou, uma discussão na Assembleia Municipal que aprovou, as decisões politicas estão tomadas, não há alterações significativas a este nível e precisamos refletir sobre esta matéria, que é o que estamos a fazer, e a seu tempo decidiremos.

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