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Évora: Cientista da UE descobre fungo tropical num esqueleto enterrado em Estremoz

Uma cientista da Universidade de Évora descobriu um fungo característico de climas tropicais num esqueleto encontrado numa escavação arqueológica de um terreno que entre, os séculos XII e XV funcionou como cemitério, em Estremoz.

A bióloga especialista na área da paleopatologia, encontrava-se a desenvolver uma investigação sobre uma coleção de esqueletos, provenientes de uma escavação arqueológica situada no Rossio Marquês de Pombal, em Estremoz, quando identificou uma patologia característica das regiões tropicais. Trata-se de uma maduromicose, ou seja, micótica infeção crónica que fica por norma limitada aos pés, embora, em alguns casos, possa atingir as mãos e outras partes do corpo,  é provocada geralmente por um fungo.

Segundo a autora do estudo que foi publicado na revista International Journal of Paleopathology, Teresa Matos Fernandes, “a idade do esqueleto ainda não foi definida, mas devido à localização e às informações disponiveís  sobre os séculos XII e XV, diriamos que  num período mais vasto chamado de anomalia climática europeia  foi registado um clima mais quente e mais seco, dados que podem justificar a existência deste tipo de fungos no território europeu.”

A especialista da Universidade de Évora assegura ainda que "este fungo existe atualmente, e em Portugal há raríssimos casos diagnosticados por médicos, em pessoas que nunca saíram do país e que, portanto, contraíram a infeção no solo nacional.”

Esta doença , relativamente comum em regiões tropicais, afecta principalmente pessoas que se expõem ao terreno, como os trabalhadores agrícolas. A infeção que pode originar sérias lesões começa na pele e pode, em casos mais agressivos, atingir o tecido ósseo e em casos ainda mais raros alguns órgãos.

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