O Mosteiro de São Bento de Cástris e o edifício da Escola de Artes da Universidade de Évora vão ser recuperados num investimento de 4 milhões de euros ao abrigo do Programa Centro Magalhães, com financiamento do fundo Interreg.
De acordo com a Ministra da Cultura Graça Fonseca, que falava aos jornalistas esta quinta-feira, 18 de abril, na apresentação do projeto no Mosteiro de São Bento de Cástris em Évora, “é desta e é mesmo verdade” que vai haver uma recuperação deste património.
“Finalmente este mosteiro vai ter uma dinamização” afirmou a governante, que explica ser um projeto “de cerca de 4 milhões de euros que vai permitir, por um lado continuar a preservação da estrutura do mosteiro e por outro lado vai permitir ter uma programação sustentada”.
“Finalmente este mosteiro vai ter uma dinamização”
Graça Fonseca
Graça Fonseca reforça que a melhor forma de se manter e preservar este património é “dando-lhe vida, dinamizando-o, encontrar projetos culturais, atrair novas gerações e aqui colocar as indústrias culturais e criativas”, pois são quem melhor formam o “tripé de História, Criatividade e Cooperação”.
Segundo a governante, o Centro Magalhães vai ter “várias estruturas em parceria com a Direção Regional de Cultura do Alentejo e a Universidade de Évora onde vai ter vários espaços diferentes de programação”. Por um lado vai ter “residências artísticas” e permitir ter no edifício artistas residentes a programar, uma “dimensão de apoio ao empreendedorismo e de projetos na área das indústrias culturais e criativas” e vai ter espaços “como um auditório onde se podem fazer diversas atividades e atrair exposições para este território”, explicou.
Nesse sentido, o projeto vai permitir “ancorar” um conjunto de atividades numa dimensão “transibérica” que vai ligar “projetos na zona do Alentejo, Algarve e Andaluzia”, o que vai permitir a “circulação de artistas e projetos culturais”, acrescentou Graça Fonseca.
A governante refere ainda que a conclusão do projeto “está prevista em dois anos”, embora já tenham sido feitas algumas reabilitações no espaço e ele já esteja a receber exposições.
Já Ana Paula Amendoeira, diretora regional de Cultura do Alentejo, deseja deixar “a marca de uma recuperação fiel e autêntica, mantendo as suas características que lhe dão valor e pelo qual ele é classificado como Monumento Nacional”.
“Intervir nestes monumentos é sempre uma tarefa complexa pois têm que se ponderar várias dimensões”, no entanto a Direção Regional procura “fazer uma intervenção minimalista”, onde se pretende “recuperar a estrutura que temos da forma menos intrusiva possível, mas dotando o edifício das condições que são necessárias para funcionamento do programa apresentado”.
“Intervir nestes monumentos é sempre uma tarefa complexa pois têm que se ponderar várias dimensões”
Ana Paula Amendoeira
A intervenção é no fundo “um trabalho de cruzamento entre o património, a investigação científica e a criação artística, ligando também as tecnologias e a paisagem”, relembrando a propriedade de cerca de 40 hectares que faz parte do mosteiro e que “é também ela muito importante para o projeto que estamos a desenvolver”.
Nesse sentido, Ana Paula Amendoeira carateriza o projeto ali apresentado como “uma atualização do que era a visão e a vida monástica que era uma espécie de cosmos que funcionava de forma autossuficiente”, e é nessa visão que a Direção Regional procura trabalhar “fazendo as atualizações que tem que fazer”, procurando explorar as hortas, o montado, o mel entre outros.
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