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Évora: João Cutileiro doa “mais de 600 obras” ao Estado que vão “permitir que novos trabalhos se desenvolvam”, diz Min. da Cultura (c/som e fotos)

Na passada quarta-feira, 19 de dezembro, foi formalizada a doação do espólio e casa-ateliê do escultor João Cutileiro ao Estado português, tendo sido agraciado com a Medalha De Mérito Cultural numa cerimónia que decorreu no Museu Nacional Frei Manuel do Cenáculo, em Évora.

Este é “um dia especial” e “fundamentalmente muito emotivo, para o João Cutileiro e para as pessoas que estavam aqui”, assim como “para nós, para mim e para o Sr. Secretário de Estado e por aquilo que tem sido também o trabalho da Direção Regional de Cultura, da Câmara Municipal de Évora, da Universidade de Évora”.

Isto porque João Cutileiro “já há alguns anos que tinha manifestado uma intenção muito generosa de doar parte do seu espólio e a sua casa, para que aqui possa também projetar-se o futuro com residências artísticas, com ateliers abertos a alunos, professores e investigadores, nacionais e estrangeiros”. Constituindo assim, “parte do espólio arquivístico, que vai permitir também que novos trabalhos se desenvolvam a partir do que é a sua casa atelier”, que no seu conjunto, “são mais de 600 obras”, o que constitui “um projeto extraordinário de homenagem justa a um grande artista português”, destacou a Ministra.

Além disso, Graça Fonseca afirma que “tudo faremos a partir de hoje, com o mesmo empenho que fizemos nos últimos dois meses, para que” este projeto “sirva de facto para aquilo que está no espírito do João Cutileiro” e para “trazer aqui novos artistas” no futuro, destacando as parcerias com as diversas instituições locais.

Nesta parceria, a Direção Regional de Cultura do Alentejo é “a entidade que representa o Estado, aceitando esta doação”, explicou a diretora regional, Ana Paula Amendoeira, indicando que “é a entidade a quem os bens ficam afetos”.

Nesse sentido, “é a entidade que tem maior responsabilidade”, pelo que Ana Paula Amendoeira garante que “trabalhará, numa parceria muito estreita com a Universidade e a Camara de Évora, para poder trabalhar no inventário, quer na gestão do espólio e pô-lo ao serviço ao serviço das artes e de programação cultural”, sublinhou.

Segundo a dirigente, são trabalhos “muito morosos, que requerem algum investimento e tempo”, num trabalho que é “com reserva de usufruto para João Cutileiro”, disse.

Também a esta estação emissora, o autarca de Évora, Carlos Pinto de Sá explica que o escultor transmitiu ao município que “queria doar o espólio ao Estado português, mas queria que a gestão desse espólio fosse feita não apenas pelo Estado mas também pela Câmara Municipal e pela Universidade de Évora”, por forma a garantir que “houvesse uma diversidade trabalho”, acrescentou.

Assim sendo, o escultor e o município “partilhavam as mesmas ideias”, de criar “algo dinâmico, vivo, que pudesse atrair novas gerações e projetar para o futuro” à volta do espólio, disse o autarca.

Já a Universidade de Évora terá “um papel de coordenação científica e de abertura do espólio”, para ajudar as restantes entidades na escolha do modelo a ser utilizado para “fruição, conservação e divulgação do espólio”, explicou a reitora Ana Costa Freitas à RC.

Quanto aos alunos da academia alentejana, o poderem aceder ao espólio “é muito importante para o avanço da técnica” dos alunos de escultura da universidade, sublinhou a reitora, destacando que para do valor patrimonial do espólio, há também “uma parte de divulgação e educação” associada.

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