Foi inaugurada esta sexta-feira, dia 13 de outubro, a nova fábrica da Mecachrome Aeronáutica de Évora, num investimento superior a 30 milhões de euros. A funcionar desde março do presente ano, a fábrica produz componentes para aeronáutica.
Júlio de Sousa, Presidente do Conselho de Administração do Grupo Mecachrome, em declarações à Rádio Campanário, na cerimónia de inauguração, afirma terem encontrado “todas as condições aqui no Alentejo” para a instalação da fábrica.
Todo o processo, declara, foi acompanhado e apoiado pela Câmara Municipal de Évora e pelo IEFP, cujo trabalho descreve como “impressionante”, pelo seu profissionalismo e modernidade.
Questionado sobre projetos futuros para este investimento localizado no Parque de Indústria Aeronáutica de Évora, não adiantando nenhuma informação, aponta apenas a existência de mais de 7 mil metros quadrados de terreno para construir.
A instalação da fábrica Mecachrome, em Évora, “é um investimento estruturante não só para a região como para o país”, afirma Carlos Pinto Sá, Presidente da Câmara Municipal de Évora.
A concretização do projeto surge como resultado de um esforço conjunto feito entre a empresa, o Governo, a AICEP e um conjunto de instituições locais, nomeadamente o Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) e a Universidade de Évora.
O investimento realizado em “tecnologia de ponta”, afirma o autarca, potencia a “capacidade de atratividade” de outras empresas, assim como de diminização do tecido empresarial da cidade e da região.
Manuel Caldeira Cabral, Ministro Economia, em declarações à RC, afirma ser este um investimento que reforça “a consolidação do cluster aeronáutico” existente em Évora.
“A resposta dos trabalhadores portugueses foi muito boa e está a ser muito boa esta implementação da fábrica”, visando criar um total de “300 novos empregos”, encontrando-se atualmente a produzir componentes aeronáuticos “ao mais elevado nível de exigência em termos de certificação e de segurança”.
“Os resultados da produção estão a ser muito bons”, declara, estando “a ser introduzidas novas tecnologias nesta fábrica” que serão posteriormente “replicadas noutras fábricas do grupo”.
O investimento realizado pelo grupo francês, demonstra a competitividade que Portugal tem vindo a adquirir a nível de exportação, nomeadamente em setores muito exigentes, como o aeronáutico, que requerem mais tecnologia, qualidade do produto e formação da mão de obra.
Augusto Santos Silva, Ministro dos Negócios Estrangeiros, afirma que o investimento é uma parte “decisiva” do desenvolvimento e afirmação do cluster aeronáutico de Évora, que tem vindo a instalar gandes unidades importantes para o setor.
Ressalva a rapidez e celeridade demonstradas em todo o processo, por todas as entidades envolvidas, nomeadamente ao nível de formação de pessoas.
A nova fábrica da Mecachrome, afirma, demonstra a capacidade de Portugal atrair “investimento produtivo” que desenvolva o tecido empresarial e crie emprego.
Questionado sobre a importância de um investimento desta envergadura para a zona interior do país, afirma estar esta em vantagem relativamente ao litoral, uma vez que tem maior proximidade com os centros urbanos europeus. Desta forma, considera necessário ultrapassar-se o preconceito de existente, como se “o litoral não tivesse nenhum problema e o interior não tivesse nenhum futuro”.
Roberto Grilo, Presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Alentejo (CCDRA), declara que a inauguração da fábrica da Mecachrome em Évora, tem grande significado não só para a cidade, como para o país.
Demonstra assim que continua a haver investimento privado em Portugal, e uma aposta na “indústria de ponta e num cluster muito significativo para a região” e consequentemente “no contributo da região para o país”.
Arnaldo Frade, Delegado Regional do IEFP, afirma tratar-se de um dia “importante para o Alentejo […] e também para o IEFP”, pela criação inerente de postos de trabalho.
A inauguração da fábrica é vista por Arnaldo Frade com satisfação, representando um processo de formação realizado pelo IEFP, proporcionando às pessoas formação que correspondesse às necessidades e exigências da empresa contratante.
Desta foma, o IEFP conseguiu a colocação de cerca de 95% das mais de 60 pessoas que trabalham atualmente na empresa.
No âmbito de apoios ao emprego, existem atualmente na fábrica duas pessoas contratadas com o apoio da medida Estímulo Emprego, oito na medida Estágio Emprego, e vinte em Estágios Profissionais.
A cooperação entre o IEFP e a Mecachrome possibilita, simultaneamente, solucionar o problema do empregador, e do desemprego.
Em declarações à Rádio Campanário, José Ramalho, Diretor do Centro de Formação do IEFP, afirma ser um orgulho “participar no sucesso local, regional e nacional”.
Afirma ser apenas “o rosto visível” de um processo iniciado por diretores que antecederam, e que envolveu toda a equipa dirigente e os formandores.
O facto de quase a totalidade dos trabalhadores da Mecachrome terem obtido formação através do IEFP, é visto pelo diretor com satisfação, tendo contudo presente a responsabilidade que representa para o futuro. “Em 2018 vai ter que ter o dobro ou o triplo” dos trabalhadores formados, avança.
A empregabilidade registada na fábrica demonstra que “vale a pena qualificar-nos e vale a pena viver no Alentejo”.
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