Ao que a Radio Campanário apurou, a Assembleia Municipal de Évora discutiu no passado dia 12 de novembro, no Palácio D. Manuel, o trajecto do corredor ferroviário, Sines/Elvas/Caia, numa audição que propôs o estudo do impacto para as populações no que respeita ao traçado do projecto.
A realização desta acção e segundo Carlos Pinto de Sá, presidente da Camara Municipal de Évora, primeiro orador do debate, não pretende colocar em causa a importância de tal empreendimento para a região alentejana, e sim, o impacto “negativo” que o mesmo poderá causar se se confirmar o traçado apresentado.
No site da CME pode ler-se: "É um projeto estruturante para a cidade, para região e para o país, mas a sua implementação não pode significar o total desrespeito pelo direito à qualidade de vida das populações. Esta proposta não corresponde minimamente e por isso já manifestámos o nosso descontentamento junto do Ministério."
Para o autarca, "a concretizar-se este projeto tal significaria o isolamento de boa parte da população de Évora, congestionamento de tráfego no acesso a Évora, através da estrada de Redondo, para além do risco inerente ao transporte de mercadorias perigosas provenientes de Sines". Carlos Pinto Sá percorreu com outros membros da Assembleia Municipal, a pé, 1,700m do troço urbano desta ferrovia.
Para rebater as questões levantadas pela autarquia por parte das Infraestruturas de Portugal (I.P.) esteve Cândida Castro, adiantando que nenhum bairro da cidade ficará isolado, estando prevista a passagem de 14 comboios por dia, sete em cada sentido, colocando a hipótese da linha também poder a vir ser utilizada para o transporte de passageiros. Abordando as duvidas das forças vivas da cidade, Cândida Castro afirmou, “serão contentorizadas ou, na pior das hipóteses, a granel, e que nenhuma delas será perigosa." Esclarecendo também que, “Haverá velocidade controlada no atravessamento da cidade pelo comboio, nenhum bairro ficará isolado, as passagens serão niveladas eletronicamente e o ruído será mitigado com o recurso a uma manta resiliente. Por outro lado, as locomotivas serão elétricas"
Na secção também estiveram presentes representantes das diversas forças políticas representadas na Assembleia da Republica. O BE convidou o deputado Heitor de Sousa, o pelo PSD esteve José Policarpo, pelo PS, Elsa Teigão e a Coligação Democrática Unitária/Partido Ecologista "Os Verdes" fez-se representar por Manuela Cunha.