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Évora: Trabalhadores da Kemet requerem investigação aos apoios público

Um grupo de trabalhadores da fábrica de Évora da multinacional norte-americana Kemet Electronics requereu, nesta quinta-feira, 13 de março, à Procuradoria-Geral da República (PGR) uma investigação sobre a aplicação de apoios públicos concedidos à empresa.

Este pedido de investigação vem no seguimento das medidas que os trabalhadores encetam perante a decisão da multinacional norte-americana pretender, segundo o dirigente do Sindicato das Indústrias Elétricas do Sul e Ilhas (SIESI) e delegado, avançar com o despedimento coletivo de 127 dos cerca de 310 trabalhadores da unidade fabril alentejana e encerrar uma das linhas de produção a 30 de junho para a deslocalizar para o México.

O dirigente do SIESI, Hugo Fernandes, disse que a investigação foi pedida à PGR por forma a ser esclarecido “como foram gastos os dinheiros públicos que foram investidos” na fábrica da Kemet Electronics.

“Os apoios são públicos e foram muitos milhões que a fábrica recebeu. O último apanhado que temos é de cerca de 115 milhões de euros desde 1998”, ano em que foi inaugurada pela “mão” de outra multinacional, disse o responsável, realçando “não conhecemos investimentos na fábrica, nem criação de postos de trabalho e o quadro de pessoal tem vindo sempre a diminuir, passando de 664 trabalhadores para os atuais 312, e vai reduzir ainda mais 127, através deste despedimento coletivo”.

Com base nestes argumentos, Hugo Fernandes referiu que “tudo aponta para que os apoios não tenham sido bem aplicados”.

O delegado sindical adiantou ainda que “já terminaram” as reuniões de informação e consulta, no âmbito do processo de despedimento coletivo, tendo a empresa mantido a decisão de “avançar à mesma com o despedimento coletivo” na fábrica de Évora.

De acordo com o sindicalista, os apoios concedidos à fábrica, durante a atual e a anterior gestão, foram concedidos pelo Estado português e pela União Europeia, mas também pela Câmara de Évora.

 

Após a entrega do pedido de investigação na PGR, o grupo de trabalhadores e sindicalistas deixou cópias da documentação na Assembleia da República e na residência oficial do Primeiro-Ministro.

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