Na Igreja de São Vicente, dias 28 e 29 de fevereiro, irá decorrer a segunda edição do festival Serial, uma produção da Câmara Municipal de Évora com curadoria de Jorge Mantas.
Realizado pelo segundo ano consecutivo, este é um festival de música experimental e eletrónica, em que são desmistificadas novas sensibilidades e estéticas musicais. Os artistas participantes, também eles não convencionais, ousam e inovam em métodos, instrumentos e performances, incluindo o público no processo criativo.
Em 2020, o Serial traz a Évora um conjunto de propostas sonoras desafiantes, com alguns dos mais relevantes nomes da atualidade nestes domínios da música.
O cartaz da primeira noite do festival, 28 de fevereiro, sexta-feira, é composto pelas atuações de Vítor Joaquim, Audrey Chen e Ariadne. Destacado a nível nacional e internacional, Vítor Joaquim é uma figura incontornável na música eletrónica desde os anos de 1980, sendo também produtor regular de trabalhos sonoros para dança, teatro, vídeo e instalação e autor de 12 álbuns a solo. Audrey Chen, conhecida pela sua abordagem visceral à música improvisada através de voz, violoncelo e eletrónica minimal, faz neste dia a sua estreia exclusiva em Portugal. Assim como o duo Ariadne, vindo diretamente de Nova Iorque, para um concerto que se antevê como uma performance audiovisual intensa, misturando canto sacro, música eletrónica e visuais digitais criados em tempo real.
A 29 de fevereiro, sábado, o programa do Serial inicia-se às 18h00, com os concertos de entrada livre de Dong Zhou com Druuna Jaguar e Manuel Mota com Margarida Garcia. Violinista e compositora multimédia Dong Zhou faz-se acompanhar do projeto de música drone/concreta/noise Druuna Jaguar, numa colaboração especialmente desenhada para o festival. Segue-se a dupla de guitarra e contrabaixo elétrico, Manuel Mota e Margarida Garcia, juntos há mais de 20 anos, unidos por uma amizade e por uma entrega artística sem barreiras, que eleva a música improvisada ao plano da meditação.
A partir das 21h30, de dia 29, atuam, na Igreja de São Vicente, Angélica Salvi, Loïse Bulot e Christina Vantzou. Esta última é cofundadora dos The Dead Texan e um dos nomes cimeiros da música ambiental a nível mundial, esperando-se da sua atuação uma experiência imersiva muito próxima do transe. Loïse Bulot é uma compositora que, em 2019, esteve em residência no prestigiado instituo INA GRM (Groupe de Recherches Musicales), em Paris, e que apresentará em Évora algumas das suas novas composições de música acusmática e eletroacústica. Da harpista espanhola Angélica Salvi pode dizer-se que é uma artista com um trabalho dedicado à improvisação e à música contemporânea, explorando várias técnicas de preparação e amplificação do instrumento, sempre na busca de novos timbres e sonoridades.