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Sexta-feira, Novembro 22, 2024

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Exclusivo: Existem “meios financeiros suficientes e uma base legal que nos permite utilizá-los, agora até de uma forma mais célere”, diz Capoulas Santos sobre a resposta às vítimas de incêndio (c/som)

O Ministro da Agricultura, Luís Capoulas Santos avançou à Rádio Campanário, em declarações exclusivas, que o Governo tem múltiplas respostas para as vítimas dos incêndios que na última semana têm causado elevados prejuízos, humanos e materiais.

O governante referiu que as respostas vêm de vários ministérios, mas no Ministério da Agricultura, a sua preocupação imediata passa “pelos agricultores que sofreram prejuízos nas suas instalações, nos seus equipamentos, nas suas máquinas, nos seus animais”, salientando que “o Ministério da Agricultura tem condições para os compensar destes prejuízos. Temos meios financeiros suficientes e temos uma base legal que nos permite utilizá-los, e agora até de uma forma mais célere, depois dos contactos informais que tive com Bruxelas esta semana”.

Capoulas Santos conta que neste momento estão a ser inventariados “os prejuízos (…) estamos no meio de agosto e é muito provável que os incêndios não terminem nesta semana, sobretudo quando as condições climatéricas se anunciam como muito más, mas de qualquer modo aquilo que nos propomos fazer é aquilo que o Marquês de Pombal fez quando Lisboa foi destruída por um terramoto, primeiro enterrar os mortos, tratar as feridas e a seguir, tentar reconstruir aquilo que foi destruído”.

Questionado sobre o número de meios aéreos no combate às chamas e o ordenamento do território, o Ministro da Agricultura diz que “todos estes acontecimentos têm um conjunto de causas (…) o ordenamento da floresta é uma tarefa para 50 anos, ela começou a fazer-se há 20 e há parte da floresta que está ordenada e a outra parte que levará décadas a reordenar. Não pode hoje transplantar-se um pinhal para um sitio onde deva estar para tirar um eucaliptal para outro local. A floresta tem-se vindo a formar ao longo de décadas e séculos e naturalmente ao homem cabe coordená-la, compartimenta-la, torna-la um mosaico que seja mais resistente aos incêndios e o trabalho está a ser feito, tem vindo a ser prosseguido e tem consumido recursos financeiros e está muito longe de estar terminado”.

No que diz respeito aos meios, Luís Capoulas Santos expressa que, “sejam meios humanos ou meios aéreos ou terrestres, naturalmente que esses meios serão excessivos quando a incidência dos fogos é pequena e deficitários quando a incidência é muito grande, como é o caso do que está a ocorrer agora”.

Lamenta “profundamente que aquilo que estamos verificar e que infelizmente não há nenhum sistema preventivo que possa dar resposta, porque muitas destas ações são manifestamente ações criminosas, eu sou testemunha disso, no último sábado estava no concelho de Marco de Canaveses, deitei-me às três da manhã e fui acordado às seis por um incêndio nas imediações da casa onde estava instalado. Os incêndios não deflagram pela frescura da madrugada, alguém ateou aquele incendio e como temos visto na comunicação social, muitos incêndios e alguns deles, têm sido ateados de madrugada. Perante crimes manifestos, por mais perfeito que seja o sistema de combate, com estas condições climatéricas, esta tragédia é inevitável”.

O governo anunciou no passado dia 11 de agosto, a criação de um grupo de trabalho interministerial para criar medidas de Combate a Incêndios Florestais.

Foi decidida a criação de um grupo de trabalho interministerial, composto pelo Ministério das Finanças, Ministério da Defesa Nacional, pelo Ministério da Administração Interna, pelo Ministério da Justiça, pelo Ministério da Economia, pelo Ministério do Ambiente e pelo Ministério da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural, que irá preparar um conjunto de medidas, com vista a serem discutidas e aprovadas num futuro Conselho de Ministros dedicado às florestas, que terá lugar após o fim do período crítico, que dura até 30 de setembro de 2016, de acordo com o Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Florestais (DECIF).

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