Conforme a Campanário noticiou em primeira mão, a Gráfica Calipolense foi vendida ao Grupo Lappí, o maior grupo de impressão de rótulos de Espanha, tornando-se assim, com as duas fábricas em Sevilha e Barcelona e as duas de Vila Viçosa, no maior grupo da Península Ibérica. Em exclusivo à Campanário, o líder do grupo, Antonio Lappí Perea, deu a sua primeira entrevista de sempre à imprensa, declarando que “para mim e para a minha família é um orgulho estar em Vila Viçosa” onde durante “oito meses vim, em diversas ocasiões, e senti-me muito lisonjeado, muito bem acolhido, com o calor das pessoas, muito carinhoso”.
Por isso mesmo, António Lappí Perea diz que “é encantador poder estar aqui e trazer a este concelho muita riqueza, crescimento e emprego, que espero que se materialize em muito pouco tempo”.
O empresário diz que vai tentar aprender a falar português brevemente. Já no que diz respeito à manutenção dos postos de trabalho da empresa calipolense, Antonio Lappí Perea diz que “toda a gente deve ficar tranquila”, acrescentando que “estamos aqui porque [a Gráfica Calipolense] é a melhor empresa que há em Portugal inteiro”, por ser “uma empresa eficiente, que tem muito talento, cujos recursos humanos que a compõem é importantíssimo” e “para nós, numa empresa, o mais importante são os recursos humanos, não as máquinas”.
Por isso, todos os funcionários “devem estar tranquilos” porque, o motivo da vinda para Vila Viçosa, é “para fazer crescer a Gráfica Calipolense em Vila Viçosa”, e para tal afirma ter a intenção de “meter duas máquinas na seção de etiquetas adesivas, para continuar a crescer, renovando a parte das máquinas, para evitar que vão ficando tecnologicamente mais obsoletas”.
“A Gráfica Calipolense será a fábrica mais importante do Grupo Lappí e o que queremos é que se abra ao resto da Europa”
Antonio Lappí Perea
Antonio Lappí Perea afirma ainda que ao dia de hoje “a Gráfica Calipolense será a fábrica mais importante do Grupo Lappí e o que queremos é que se abra ao resto da Europa”, garantindo que a empresa “terá uma oportunidade muito importante para, não só vender para as ex-colónias portuguesas em África, mas também para a Alemanha, Itália, França e Reino Unido, que são os países onde as grandes marcas, os grandes clientes nos exigem que tenhamos mais tamanho”.
Assim, “a união vai fazer a força”, afirma o empresário, e “fará com que os nossos maiores clientes nos vejam com mais capacidade para nos pedirem mais quantidade de rótulos” e essa “é a grande razão a Gráfica Calipolense e o Grupo Lappí vão estar unidos”.
Quanto à manutenção dos postos de trabalho “não só se vão manter, como estamos a crescer”, afirma. “A curto prazo, acreditamos que trazendo mais trabalho, vamos aumentar os turnos de trabalho, por isso vamos precisar de mais pessoas”, pelo que “agora vão-se criar mais postos de trabalho, sobretudo porque vamos tentar trazer grandes marcas a nível europeu”.
Para já, “o mais importante para fazer e trazer para o Grupo Calipolense é a Coca-Cola”, uma marca que a empresa já faz para vários países e que “faremos na unidade de etiquetas convencional”. Já na secção de “etiqueta adesiva, já estamos a trazer todo o que é o rum Havana Club”, cujos testes já estão a ser feitos “há três semanas”. Ao mesmo tempo, “traremos os clientes do grupo Pernod Ricard, que é o segundo maior cliente do mundo” em volume de rótulos.
No que diz respeito aos valores envolvidos nesta transação, que se especula que ascenda a mais de 10 milhões de euros, Antonio Lappí Perea diz que “por discrição para com a família, como para nós, não se deve dizer”.
Contudo, diz que “a Família Carrasco teve oportunidade de vender esta gráfica por mais dinheiro do que a nós”, nomeadamente a “um grande fundo importante, que investia em muitas fábricas diferentes, mas eles sempre se preocuparam com os trabalhadores” e que “por isso, queriam que fosse um fabricante de etiquetas quem adquirisse a gráfica porque lhe daria continuidade e tranquilidade a todo o pessoal”. E isso “a mim, conquistou-me o coração”, afirma o empresário.
Nesse sentido, Antonio Lappí Perea resolveu fazer um convenção com todo o grupo, em Vila Viçosa, no Hotel Marmòris,“para que se comecem a conhecer, para que vejam a capacidade que há na Gráfica Calipolense e para que conheçam em primeira-mão (…) e vejam com os seus próprios olhos, possam falar entre eles, porque já são um só e vejam quais são os seus problemas lá e os que pode haver aqui”.
Assim, o grupo vai montar uma estratégia “comum, para quem eles se mentalizem que para aqui é preciso trazer muito comércio e que vejam que há capacidade e tecnologia”.
“A curto prazo, acreditamos que trazendo mais trabalho, vamos aumentar os turnos de trabalho, por isso vamos precisar de mais pessoas”
Antonio Lappí Perea
Já a família Carrasco “vai continuar a trabalhar” na gráfica, e “vai estar envolvida no comité de decisão do grupo e isso é muito importante para eles” e “não temos previsto trazer ninguém de Espanha para cá”. “Oxalá encontremos sempre gente de Vila Viçosa, disposta a trabalhar aqui e não de outros concelhos”, remata.
No total, no conjunto das quatro fábricas, duas em Vila Viçosa, uma em Sevilha e outra em Barcelona, o grupo vai empregar cerca de 250 funcionários, esperando alcançar um volume de faturação de cerca de 30 milhões de euros por ano.