O Movimento pelo Interior propôs ao Governo e ao Presidente da República, a transferência de 25 serviços e 2500 funcionários, de Lisboa para o interior do país, a um ritmo de dois serviços por ano, com início em 2020. Estes funcionários seriam beneficiados, por exemplo, com um salário extra anual, majoração da progressão na carreira e possibilidade de se reformarem mais cedo.
Em declarações exclusivas à RC, Carlos Miguel, secretário de Estado das Autarquias Locais, afirma que “quando se mexe com pessoas tem que se mexer com cuidado”.
Na sua opinião, aponta, é mais fácil instalar novos serviços nos territórios do interior, do que transferir serviços já existentes em cidades como Lisboa, Porto ou Coimbra. Isto porque, “são feitos por pessoas”, sendo que a sua deslocalização, significa a deslocalização de famílias, “uma coisa que é difícil de fazer”.
Aponta a necessidade de os Governos compreenderem que “novos serviços”, quando criados, “não podem ficar centralizados em Lisboa e no Porto, devem ser deslocalizados para territórios do interior”. Esta solução “é muito mais fácil e racional”, sendo que à partida, quando se candidatam, os técnicos sabem que terão que deslocalizar a sua vida, e não posteriormente “por um decreto-lei”.
O governante exemplifica com a recém-criada agência para acompanhamento dos fogos florestais, que “não faz sentido nenhum ela estar em Lisboa”, aponta, uma vez que “é criada de novo, quem concorre, os técnicos já saberão que essa agência estará em Castelo Branco, ou que estará em Reguengos de Monsaraz”.