Decorreu hoje, pela manhã, no auditório da CCDR Alentejo, a apresentação do projeto “Escola da Coesão”.
A apresentação do projeto contou com a presença da a Ministra Adjunta e dos Assuntos Parlamentares, Ana Catarina Mendes que, durante a sua intervenção, referiu a importância de acolher as comunidades de imigrantes, especialmente no Baixo Alentejo.
A Rádio Campanário questionou a ministra, sobre os passos a serem dados pelo Governo em receber esses imigrantes e sobre o apoio aos município que os recebem, que começou por nos referir que “os fluxos migratórios que hoje se fazem sentir, são fluxos migratórios que convocam o Estado Português para enormes desafios, mas sobretudo para a consciência de que temos mais 800 mil cidadãos estrangeiros a residir em Portugal, muitos mais hão de chegar, fruto das alterações climáticas, ditaduras ou guerras e, por isso, as pessoas chegam aqui e precisam de, como eu costumo dizer, Portugal acolhe o mundo e tem que acolher com dignidade, disso depende a nova Agência Portuguesa para as Migrações, para a integração de migrações e asilo, que nos próximos tempos estará já a funcionar, fruto da extinção do SEF, que tem o primeiro desafio que é o primeiro passo da integração ser a legalização e as pessoas terem documentação de forma célere, em segundo lugar a integração pela língua portuguesa. Estamos nesta momento a desenvolver projetos que possam reforçar o ensino da língua portuguesa, para que aqui se sintam integrados pela língua e pela cultura portuguesa e para que possamos nós todos perceber todos aqueles que aqui chegam. Em terceiro lugar, com a fusão do Alto Comissariado das Migrações, há nesta nova agência, a possibilidade de encontrar a capacitação e reconhecimento das qualificações para integrar as pessoas no mercado de trabalho e, depois, tudo o que são acessos aos serviços públicos, deve ser feito para todos. Todos os que aqui vivem, que cá nasceram e que aqui chegam, gozam dos mesmos direitos que constitucionalmente estão consagrados, e por isso mesmo, o respeito por todos nós, o respeito por todos enquanto comunidade, deve ser aquilo que deve pontuar, uma boa política de integração e é nisso que estamos apostados, numa cooperação muito estreita com o tecido empresarial, com os municípios e com o Governo, para conseguirmos em conjunto, porque o desafio migratório não é apenas do Governo, é de todos nós enquanto sociedade e enquanto comunidade”.
“Nascerão nos próximos tempos dois centros de alojamento e capacitação para migrantes, para dar formação profissional, para integrar no mercado de trabalho e também, para ver de que forma, nós podemos ter aqui as pessoas integradas. Sabemos que há constrangimentos, desde logo na habitação e, por isso, o Governo levou à Assembleia da República o pacote +Habitação, que será discutido no próximo dia 19 de maio, para respondermos à pressão habitacional que existe, aos custos da habitação, para todos, os que cá chegam e os que cá estão”, acrescentou.
Quanto à localização dos centros referidos pela Ministra Adjunta e dos Assuntos Parlamentares, “em princípio, um será em Lisboa, outro em Torres Novas. Bem sei e tenho consciência da pressão no Baixo Alentejo, temos trabalhado também com autarquias do Baixo Alentejo de forma a dar respostas, mas sempre que falo nas pressões migratórias no Baixo Alentejo, gosto de reforçar a integração que está a ser feita pela cultura, por exemplo, em Odemira, com projetos notáveis, porque é por aí que nós vamos ser capazes de vencer estes desafios, de nos conhecermos uns aos outros e de reconhecer a diversidade cultural faz parte dos nossos dias, hoje e no futuro”.