O custo e risco do transporte e a quantidade de petróleo disponível no mercado são as razões apontadas pelo especialista em geopolítica do petróleo, José Caleia Rodrigues, para afirmar que “o contexto não é favorável a novas produções”, quando questionado sobre a pesquisa de petróleo no Alentejo.
De acordo com o especialista, que falava à Lusa na conferência “Nova Guerra Fria”, promovida pela Associação Amizade Portugal/EUA, em Lisboa, por haver “petróleo a mais disponível no mundo (…) pode não ser bom negócio estar agora a entrar numa exploração (na costa alentejana) sem ter onde entregar [o petróleo]”.
O motivo para tal afirmação é o início da exploração americana, denominada ‘shale’ [oil], o que torna difícil hoje em dia “entregar [vender]” o produto a partir do Alentejo, pois somam-se “dificuldades técnicas no transporte do petróleo bruto: se for por terra, tem todo o risco de perfurações e derrames, e, se for por mar, custa uma fortuna”, enumerou José Caleia Rodrigues.
Recorde-se que, de acordo com os estudos do consórcio Eni/Galp indicam que a região alentejana pode ter recursos equivalentes de 11 a 17 anos de consumo nacional e tudo aponta para que o primeiro furo seja realizado ao largo de Aljezur, até final deste ano, com um custo estimado de 37 milhões de euros.