A exposição “A Azulejaria do Século XVIII” vai estar patente ao público na Cripta Arqueológica do Castelo de Alcácer do Sal, de 14 de julho a 15 de agosto. Composta por alguma azulejaria onde predomina a temática figurativa e o azul, a mostra pode ser visitada de terça-feira a domingo, das 9h30 às 13h e das 15h às 18h30, sendo que a última entrada ocorre meia hora antes do encerramento, conforme nota de imprensa enviada à RC.
Chegado à Península Ibérica através da expansão islâmica, o azulejo teve a sua origem nos centros hispa-mouriscos de Valência, Sevilha e Marrocos, que o exportaram para Portugal durante os finais do século XIV, o século XV e a primeira metade do século XVI. Ainda que o não tenham inventado, os portugueses descobriram novas formas de utilizá-lo, recriando-o. Num país como Portugal, com uma importante tradição de trabalho do barro e outros materiais cerâmicos, o reduzido custo do azulejo e a facilidade de o trabalhar proporcionaram, através da sua aplicação nas fachadas dos edifícios, uma visão mais rica e inovadora da arquitetura.
Em finais do século XVII surgiu uma nova ciclo para a azulejaria, uma etapa marcada pela pintura exclusivamente azul, influenciada pela porcelana da China, sendo um sinal de sofisticação e qualidade. Procurado pela sociedade portuguesa para renovação decorativa de palácios e igrejas, o azulejo marca presença nestes monumentos e adapta-se às novas necessidades de representação. A grande procura do azulejo de Delft (Holanda) fez com que as oficinas portuguesas reagissem começando a criar azulejaria de figura avulsa, também conhecido como “Azulejos de Estrelinhas”.
O século XVIII pautou-se também pelo designado “Ciclo dos Mestres”. Os temas religiosos e profanos são combinados e surgem lado a lado, adaptando-se ao gosto Barroco, revestindo superfícies parietais, cúpulas e abóbodas ou em composições enquadradas por molduras ricamente decoradas por uma vasta gama de motivos.