Seis valiosos tapetes da coleção do Centro Interpretativo do Tapete de Arraiolos (CITA) são apresentados a partir de quinta-feira em Mira de Aire, no distrito de Leiria, anunciou hoje o diretor do Museu Industrial e Artesanal do Têxtil (MIAT).
“São peças raras, muito antigas, de valor incalculável”, explicou à agência Lusa o fundador e responsável pelo MIAT, José Paulo Baptista, a propósito do conteúdo da exposição “Tapetes de Arraiolos: Séculos de História Bordados”.
Em Mira de Aire, vão ficar visitáveis seis peças da coleção do CITA, algumas com desenho original inspirado nos tapetes de Arraiolos de padrão oriental datados do século XVII e primeira metade do século XVIII, que eram inspirados em tapetes persas e indianos.
Entre aquela vila e freguesia do concelho de Porto de Mós, e Arraiolos, no distrito de Évora, há uma ligação de muitas décadas, recordou o diretor do MIAT.
“Em Mira de Aire produzia-se, e ainda se produz, bastante fio para este tipo de indústria. Os tapetes de Arraiolos são conhecidos em todo o mundo e enquadram-se muito bem no tema dos têxteis e lanifícios que trabalhamos no museu. E há essa ligação com mais de 50 anos. Foi daí que surgiu a ideia para esta exposição”, esclareceu.
Durante o século XX, a lã para muitos tapetes de Arraiolos foi produzida na Fábrica Vitória, já encerrada. É no berçário/creche dessa antiga unidade fabril que está instalado o MIAT. Hoje, o fio para tapetes é ainda produzido em Mira de Aire pelas empresas Rosários 4 e pela Chicoração, notou José Paulo Baptista.
No MIAT, vão estar seis tapetes do espólio do CITA, que demonstram as especificidades dos Arraiolos, como “os desenhos muito característicos e o nó específico”.
“Como há os persas, os turcos, os marroquinos, também este tapete só neste lugar do mundo se produz, embora em Portugal também já se fabriquem no norte e no centro”, salientou.
“Tapetes de Arraiolos: Séculos de História Bordados” é inaugurada às 17:00 de quinta-feira e fica patente no MIAT até 15 de dezembro.