A Câmara Municipal de Montemor-o-Novo inaugura na sexta-feira, 14 de janeiro, pelas 18h00, na Galeria Municipal de Montemor-o-Novo, a exposição “Like a Time Capsule”, de Alexandra Ferreira. Tal como o título sugere, a artista plástica cria nesta mostra uma espécie de Cápsula do Tempo, utilizando vários materiais, mas com predominância do mármore, conforme divulgado pelo Município de Montemor-o-Novo.
Neste momento, Alexandra Ferreira está a trabalhar em Vila Viçosa, aproveitando a proximidade das pedreiras aí existentes. Nesta indústria de transformação e aproveitamento da pedra, há um imenso desperdício, que pode ser aproveitado para ela própria trabalhar e produzir cultura. Desde os seus 19 anos que Alexandra trabalha com o desperdício, aliás, a sua vinda de Berlim para Vila Viçosa, há um ano atrás, foi precisamente por saber que existe esse desperdício. Assim, aquilo que ia parar a desterros, é desviado da parte comercial para a cultura. É uma consciência de sustentabilidade, diz Alexandra Pereira, já que a artista plástica consegue ter essa economia de tempo, constatando que os desperdícios acontecem muitas vezes porque não há tempo e fica mais barato deitar fora e arranjar novas soluções. Por isso, acontece esse desvio, com o mármore, que muda da direção comercial para a cultura.
Nesta exposição também sentimos uma familiaridade com o Skate, com pranchas de Skate em Mármore a acompanhar peças que são utilizadas no fingerskate. A esta parte do seu trabalho a artista responde que Os skaters que surfam em cima do solo áspero da cidade transformam o betão em ondas. Andar de skate desfaz a fronteira entre o espaço público e privado, porque torna os sítios intermédios e produtivos para movimentos. Estas esculturas produzem um flow parecido, oferecendo uma superfície lisa para um movimento imaginário.
Dos seus trabalhos individuais destacam-se Chaise longue (2000), escultura no espaço público de Évora, e a exposição individual Mountains are for Masochists (2008) na Galeria Plumba no Porto, “Plataformas Imaginárias” (2018) Évora, “Atrito” (2019) Lisboa.
As esculturas e os desenhos são inspirados em objetos da vida quotidiana que se transformam em reflexões sobre o aspeto material e imaterial da peça.
Em 2005, fundou o duo windferreira com a dramaturga Bettina Wind, seguido por colaborações em várias cidades como Londres, Paris, Helsínquia, Lisboa e Berlim. Desta parceria, resultaram exposições como State of Translocality (2008) no VanAbbe Museum (Eindhoven), Withdrawal (2011) no Palais de Tokyo (Paris), Ad hoc (2012), na South African National Gallery (Cidade do Cabo), e No Record, Just a Sound (2013) no Almanac e no Gasworks (Londres). Os projetos coletivos são baseados em pesquisas artísticas que incluem temas como a memória pública, a documentação e a política local e translocal.
Pelo seu trabalho individual e coletivo Alexandra Ferreira recebeu várias bolsas, da Fundação Gulbenkian, do Goethe-Institut Lisboa e Helsínquia e do Ministério de Cultura Francês, entre outras.
Ana Veigas C/CM de Montemor-o-Novo