Silêncio que se vai cantar o fado……
Este foi o desafio lançado a todos os que marcaram presença na noite deste sábado no emblemático e antigo “Café Framar”, situado em plena Praça da República, em Vila Viçosa.
“Casa cheia” para assistir à noite de fados organizada pelo grupo de Teatro de Amadores de Vila Viçosa e que contou com grandes nomes desta expressão musical, considerada a canção da Alma portuguesa.
António Pinto Bastos, Paula Cruz, José Geadas, Lucas Pires , Carolina Varela Ribeiro e Miguel Monteiro foram os protagonistas de uma noite onde o fado foi “rei e senhor”.
Manuel Barreiros, Presidente desta Associação, que comemorou 33 anos de história no início do mês de outubro, congratulou-se com a elevada participação, destacando que este facto é revelador “do carinho que as pessoas têm por esta Associação.” Regada de um bom vinho, com o caldo verde e o chouriço assado a acompanhar, nada foi deixado ao acaso .
“Este é o papel do associativismo, dinamizar a nossa cultura; apesar do trabalho que estas coisas dão, a carolice e dedicação das associações e de quem delas faz parte é o que faz com que o movimento associativo continue muito ativo no concelho” realçou ainda o Presidente do Grupo de Teatro que evidenciou igualmente a importância destas iniciativas para que sejam angariados fundos para a Associação.
José Geadas, Alentejano, natural de Rio de Moinhos, é um nome incontornável no mundo do Fado. Apesar da ascensão da sua carreira, o Fadista considera essencial que as associações possam ser ajudadas e a vinda de grandes nomes a este tipo de iniciativa é uma forma de ajudar.
Para o jovem alentejano, cujo nome já catapultou para os maiores palcos de todo o País e além fonteiras, “para tudo tem que haver um princípio e mesmo que se cresça profissionalmente nunca devemos esquecer as raízes; muitas vezes é das iniciativas que são organizadas pelas associações que se descobrem novos talentos.”
Já António Pinto Bastos, um nome que dispensa qualquer tipo de apresentação pois os seus 54 anos de carreira falam por si, destacou que “é fundamental que os Agentes da Cultura, que em grande parte são também os artistas, deem a mão ao movimento associativo e contribuam para o dinamismo cultural dos territórios, especialmente no interior para que quem cá está não se sinta defraudado ou com menos oportunidades de acesso à cultura, incentivando para que se fixem nesta região.”
Ao som da guitarra portuguesa e com a sala à média luz, cantou-se e bateram-se palmas, muitas palmas, para o fado, para a música que transporta consigo em cada nota musical ou palavra, a saudade e a emoção.
A noite “honrou” a essência do povo português , uma homenagem prestada por uma Associação que há mais de três décadas que se dedica a promover , divulgar e preservar a tradição e a cultura.