A Empresa de Desenvolvimento e Infra-Estruturas do Alqueva (EDIA), presidida por Pedro Salema, tem “no terreno” uma estratégia financeira para garantir a situação financeira da empresa, que “está ao serviço do desenvolvimento do País, focada na promoção do regadio e a desenvolver todos os esforços para a adesão dos agricultores”.
À Rádio Campanário Pedro Salema frisou que “a situação financeira é uma preocupação, principalmente com a questão do financiamento de curto prazo, não faz sentido financiar obras que duram anos com empréstimos de curto prazo, é preciso alinhar com a vida útil dos investimentos”.
O Presidente da EDIA asseverou que “a intenção é reestruturar a dívida de curto prazo, transformá-la em empréstimo de longo prazo junto das instituições financeiras que ofereçam as melhores condições estando à cabeça o Banco Europeu de Investimento (BEI)”.
Questionado, Pedro Salema sobre a falência técnica da empresa, afirma que “não é novidade nenhuma, é uma questão que decorre da política de financiamento e das opções tomadas pelo acionista Estado”, acrescendo que “é normalíssimo que as empresas que têm que fazer investimentos resultam em bens públicos, têm capitais próprios negativos, uma situação que só se resolve quando houver resultados líquidos positivos, e é muito difícil. A EDIA tem Resultados Operacionais (RO) positivos, o Resultado Líquido não é, porque entram os encargos financeiros e as amortizações de todos os empréstimos.
O Presidente da EDIA termina dizendo que “o setor empresarial do Estado endividou-se para realizar os investimentos do País e em prol disso as empresas endividaram-se para os realizar, e que não permitem resultados líquidos positivos”, asseverando que “a EDIA tem um plano de investimento ambicioso e é aí que estou focado, para conseguir garantir a conclusão do Empreendimento de Fins Múltiplos de Alqueva até ao final de 2015”.
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A Inspecção-Geral de Finanças realizou recentemente uma auditoria às contas de 2012 da EDIA e das suas participadas, Gestalqueva e Gescruzeiros, deixando um alerta para a fragilidade da situação financeira do grupo. No ano de 2013, a empresa gerou 17 milhões de euros de volume de negócios, contra 12 milhões de euros em 2012. Por seu turno, os resultados operacionais atingiram 9,2 milhões de euros no último ano, contra 8,3 milhões de euros no exercício anterior.
A EDIA apresenta um plano de investimentos de 2 500 milhões de euros, a realizar até 2025, agora antecipado para 2015, o maior projeto público do Alentejo tem ainda pela frente um ambicioso plano de investimento, cerca de 300 milhões de euros, dos quais 200 milhões na construção de rede secundaria e 100 milhões na rede primária.