A Confederação Nacional de Agricultura enviou um ofício ao Ministério da Agricultura, propondo medidas para apoiar os produtores pecuários a conter a proliferação da febre catarral ovina (língua azul), doença que está a causar prejuízos avultados nas explorações, não só do Sul mas também já do Centro do país.
Em nota enviada à nossa redação, a CNA refere que os custos com a medidas de contenção, nomeadamente com a vacinação dos animais, associados à perda de rendimento resultantes das elevadas taxas de abortos e mortalidade de animais, muitos deles de reprodutores, são incomportáveis para a grande maioria das explorações com efectivos
pecuários.
Segundo a CNA as explorações, principalmente as pequenas e médias, estão normalmente em situação financeira difícil, seja pelos elevados custos de produção, que não se fazem reflectir nos preços pagos ao produtor, seja pela ocorrência de fenómenos climáticos como a seca que ciclicamente vão reduzindo o rendimento dos agricultores.
Como os dados do Sistema de Recolha de Cadáveres de Animais Mortos na Exploração (SIRCA) indicam, a evolução da doença está descontrolada e são necessárias medidas imediatas de controlo. A CNA considera que não basta apenas emitir um Edital, é preciso garantir apoios para que os produtores tenham condições para o cumprir e poderem manter a sua actividade.
O novo serotipo 3 do vírus que provoca a doença é transmitido através de insetos, afetando sobretudo os ovinos, e foi detetado, pela primeira vez no Alentejo, em meados de setembro, no distrito de Évora, tendo alastrado, desde então, a todo o Alentejo.
A febre catarral ovina, conhecida como doença da língua azul, está a ‘ganhar terreno’ no Alentejo e a dizimar rebanhos, já com milhares de animais mortos, provocando prejuízos aos criadores, que se queixam de falta de apoios.