Fernando Tordo é um dos cantores mais conhecido do panorama musical português.
Com uma carreira de 56 anos, compôs algumas das canções mais emblemáticas do cancioneiro da língua portuguesa e regista no seu percurso profissional momentos marcantes como o facto de ter vencido, por duas vezes, o Festival RTP da Canção, em 1973 com o tema “Tourada” e em 1977 com a música “Portugal no coração”.
Em todos estes anos Fernando Tordo já percorreu o nosso país com a sua música e já por diversas vezes atuou em várias regiões do Alentejo.
Curiosamente, há uma cidade alentejana onde este cantor e compositor português nunca atuou apesar da sua carreira contar já com mais de meio século de história: a cidade de Beja, algo que está prestes a mudar.
Palcos com História é um novo festival que terá lugar no Castelo de Beja e no Palácio Baldaya, em Lisboa, num evento produzido pela Contos da Praça e que acontece nos dias 11 e 12 de setembro na cidade do Baixo Alentejo.
O Castelo de Beja, monumento mais conhecido e emblemático da cidade cuja construção teve início no século XIII. recebe o cantor e compositor português Fernando Tordo no próximo dia 12 de setembro, a partir das 21h30.
A Rádio Campanário esteve à conversa com Fernando Tordo e foi conhecer melhor este cantor português que vai atuar pela primeira vez na capital de distrito do baixo Alentejo e que está com bastantes expetativas no evento.
O cantor Português começa por dizer-nos “estou com uma expetativa grande para este evento porque eu nunca fiz um concerto em Beja, por mais estranho que isso possa parecer” enaltecendo o local onde o festival se vai realizar achando “interessantíssimo que o Festival Palcos com História. Vai ser um prazer muito grande.”
Em declarações à RC Fernando Tordo contou-nos que “por volta dos 14/15 anos tinha definido qual viria a ser a minha profissão” acrescentando “agora com 73 anos de idade, tiro o chapéu à minha própria carreira porque resisti a muita coisa e com esta profissão tive a oportunidade de conhecer gente maravilhosa.”
Fernando Tordo mostra-se “grato” por tudo o que conquistou.
É um dos pioneiros da música de intervenção em Portugal e, mais tarde, da música ligeira. Questionado pela Rádio Campanário se isso condicionou de alguma forma o desenvolvimento e a expansão da sua carreira, Fernando Tordo não concorda que seja designado como um cantor de música desta área específica, referindo “eu sou a mesma pessoa, sou capaz de fazer várias coisas na área da música” sublinhando ainda “eu sou uma pessoa de várias músicas.”
Como músico e cantor descreve o período da pandemia como um “período muito sério e muito grave” sublinhando “se eu não fosse compositor não teria com certeza sobrevivido e teria que ter pedido dinheiro emprestado para viver.”
Conforme nos contou, o vírus apanhou-o em cheio e levou a ficar hospitalizado mais de um mês e à beira da morte o que o leva a recordar a experiência deste tempo como “muito amarga”. Ainda assim, caracteriza-a como “uma experiência de vida” encarando o futuro com otimismo e estando seguro dos seus projetos “brevemente vou lançar o disco “os fados que eu fiz, gravado durante a pandemia, e continuo a desenvolver o meu grande projeto, um texto que escrevi enquanto estava internado e que se chama “A suite das mulheres de azul” e que agora está a ser musicalizado.”