Os constrangimentos decorrentes da construção da nova Ligação Ferroviária entre Évora Norte e Elvas/Caia têm afetado sobremaneira as populações do Bairro de Santa Luzia, Tapada do Esquinaleiro, Quintas do Evaristo e, particularmente, do Bairro da Caeira.
Recorde-se que, atempadamente, ao longo do ano de 2017, bem como em sede de consulta pública de avaliação de impacte ambiental, tanto o município como movimentos de cidadãos defenderam e apresentaram uma solução de traçado alternativo, afastada das zonas urbanas e periurbanas, paralela ao IP2.
A empresa pública Infraestruturas de Portugal (IP) rejeitou esta solução e, em julho de 2018, a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) viabilizou a solução atual, que atravessa espaços residenciais e provoca problemas viários e paisagísticos, a perda da tomada de vistas sobre o Centro Histórico e o incumprimento do Plano Diretor Municipal de Évora.
Perante o facto consumado, a CME sempre procurou, junto da IP, informação detalhada do projeto que lhe permitisse reivindicar mais medidas compensatórias e de salvaguarda da população.
A última reunião de trabalho teve lugar a 20 de novembro, tendo a autarquia solicitado novamente informação técnica e procurado garantias de segurança, acessibilidade e requalificação dos caminhos da zona afetada, tendo sido produzida uma ata, remetida à IP para sua validação formal.
No dia 15 de dezembro, o vice-presidente da Câmara, Alexandre Varela, bem como dirigentes e técnicos municipais estiveram no bairro da Caeira, em diálogo franco com a população, esclarecendo a situação, assumindo compromissos e abordando também outras questões e possibilidades, tais como saneamento, escoamento de águas pluviais e iluminação, ficando clara a necessidade de uma união de esforços que garanta poder de reivindicação e salvaguarde o bem-estar e segurança dos moradores.