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Festival Islâmico regressa em maio para celebrar herança árabe de Mértola

O 11.º Festival Islâmico de Mértola vai decorrer em maio deste ano, após ter sido cancelado em 2021, devido à covid-19, mas com o mercado de rua numa zona diferente por questões de segurança, foi hoje divulgado.

Em comunicado, a organizadora, a Câmara de Mértola, no distrito de Beja, precisou que o festival “regressa à vila” entre os dias 19 e 22 de maio, para voltar a “celebrar a interculturalidade intrínseca da relação histórica de Mértola com o mundo islâmico”.

“Confirma-se a realização do festival” este ano, mas “a grande variável é que o ‘souk’ [mercado de rua], não será todo realizado dentro do centro histórico” da vila, disse à agência Lusa o presidente do município, Mário Tomé.

Segundo o autarca, o ‘souk’, um dos principais atrativos do festival, vai realizar-se numa zona “diferente” para se “cumprir a exigência de garantir canais de evacuação em caso de situações de emergência”.

Isto devido à “impossibilidade” de ser restabelecida, “em tempo útil”, a circulação na estrada da ribeira, “uma das duas únicas entradas no centro histórico” e que está “interrompida” desde o passado dia 22 de março, na sequência de um acidente de viação.

O ‘souk’ vai realizar-se numa zona situada “entre a alcáçova (o núcleo) e os arrabaldes (a envolvente) do centro histórico”.

Ou seja, “na rua da Igreja, de acesso ao Largo da Igreja Matriz de Mértola, no centro histórico, e no Largo Vasco da Gama e nas ruas envolventes, já na parte ‘nova’ da vila”, precisou.

Por estar interrompida, “a estrada da ribeira não permite um canal de evacuação”, vincou o autarca, frisando que a alteração “está só relacionada” com esta “impossibilidade”.

Por isso, “vai ser usada a rua da Igreja para um dos canais de evacuação, dentro do centro histórico, e os restantes serão nas ruas envolventes, explicou.

“A grande notícia é que conseguimos concertar, com as entidades de segurança pública, o cumprimento de orientações legais para realização do festival, que é importante para a economia local e a promoção de Mértola”, frisou Mário Tomé.

De acordo com o município, apesar da alteração, o festival deste ano vai ter um ‘souk’ “com ruas cobertas de panos e caniços, cheias de artesãos, comerciantes de várias paragens, animação de rua, oficinas, aromas e sonoridades de vários pontos do mediterrâneo”.

Segundo o autarca, a dinâmica e a quantidade de expositores do festival vão manter-se, mas, devido à alteração da zona do ‘souk’, vai haver uma redução do número de concertos.

Os concertos, a cargo de vários artistas e bandas, vão decorrer no Largo Vasco da Gama e no Cais do Guadiana, indicou.

O Festival Islâmico de Mértola “celebra a herança islâmica” e as ligações com o Norte de África e revive as vivências da vila naqueles séculos, quando se chamava “Martulah” e era capital de um reino islâmico e um importante porto comercial nas rotas do Mediterrâneo.

A anterior edição do festival bienal decorreu em 2019 e a 11.ª esteve prevista para 2021, mas foi adiada para maio deste ano, devido à pandemia de covid-19.

C/Lusa

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