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Festival Terras Sem Sombra reconhecido internacionalmente. “É um caso de sucesso no Alentejo e também um instrumento que permite levar mais longe o nosso património”, diz José António Falcão (c/som)

É já no próximo dia 27 de fevereiro que tem inicio o Festival Terras sem Sombra –  Festival de música sacra do Baixo Alentejo.

Trata-se da 12.ª edição e prolongar-se-á até 2 de julho, tendo como título Torna-Viagem: o Brasil, a África e a Europa (Da Idade Média ao Século XX).

O Festival realiza-se em Almodôvar, Sines, Santiago do Cacém, Ferreira do Alentejo, Odemira, Serpa, Castro Verde e Beja.

Em declarações à Rádio Campanário, o diretor geral, José António Falcão sublinhou que este Festival “já está amadurecido naquilo que são as principais rotas da música erudita europeia e foi considerado no ano passado como o quinto melhor festival em termos internacionais no seu âmbito (…) é um caso de sucesso no Alentejo e é também um instrumento que permite levar mais longe o nosso património, a nossa cultura, a nossa identidade e até a nossa natureza”.

José António Falcão diz ainda que o Festival abrange todo o território da Diocese de Beja que coincide com todo o distrito de Beja e também a zona mais a sul do distrito de Setúbal, são 17 concelhos que de uma forma itinerante são percorridos, cada edição do Festival não pode abranger todos esses concelhos”.

Salienta que é feita “alguma variação com as características do que se pretende interpretar, do próprio património que queremos valorizar, mas é um Festival que acaba por ser uma espécie de rosto privilegiado desta região do Alentejo”.

Sobre a edição deste ano, o diretor geral refere que tem “uma particularidade, é a primeira vez que temos um país convidado, vai ser o Brasil, que tem uma tradição musical importantíssima (…) não significa que se concentre todo na música brasileira, pretendemos fazer uma ponte musical entre as tradições da Europa, com um grande relevo para Portugal, mas também um piscar de olhos à vizinha Espanha, depois África (…) e finalmente aquilo que é a grande criação no âmbito da música religiosa desse país irmão (…) no fundo, a essência do Festival durante o ano de 2016, é fazer pontes entre a música, o património religioso e a biodiversidade”.

      

O evento realiza-se desde 2003 e resulta de uma parceria de sucesso do Departamento do Património Histórico e Artístico da Diocese de Beja com um leque alargado de entidades públicas e privadas, além de voluntários que lhe dão corpo organizativo e participativo. Um casamento feliz entre o Património, a Música e a Biodiversidade, um cartaz de concertos de nível internacional e um conjunto de atividades que reforçam a consciência ambiental.
Apesar de ser identificado como um festival de música erudita, o programa do Festival Terras Sem Sombra, tem um âmbito bastante mais alargado, dialogando com outras tradições musicais, apostando no desenvolvimento cultural, na defesa da biodiversidade e no conhecimento da paisagem, dando a conhecer as grandes páginas da música sacra, o património construído, o património natural e o infinito horizonte dos campos alentejanos. Como pano de fundo, a excelência da gastronomia e dos produtos regionais de um território a explorar.

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