“O alerta que vem do Alentejo”, foi o tema do debate do programa televisivo “Prós e Contras”, que teve lugar esta segunda-feira, dia 30 de outubro, em Reguengos de Monsaraz.
Liderados por Fátima Campos Ferreira, cidadãos, representantes do governo, de empresas e de instituições do Alentejo, debateram os principais problemas com que a região interior do país se depara, entre eles a seca prolongada, a desertificação e a falta de infraestruturas.
Após o debate, em declarações à Rádio Campanário presente no local, Norberto Patinho, deputado na Assembleia da República pelo Partido Socialista, afirma que o mesmo “não foi um grande contributo” para a região, uma vez que foi dado demasiado ênfase aos “contras”.
Norberto Patinho considera que a oportunidade poderia ter sido aproveitada de forma construtiva, no sentido de encontrar soluções para os problemas da região. Em vez disso, a discussão conferiu “uma carga muito negativa àquilo que é o Alentejo”.
A região, contudo, precisa que seja transmitida “uma imagem positiva”, valorizando o empreendedorismo e as oportunidades existentes no território.
Tendo o debate sido maioritariamente focado na temática da água e nomeadamente no Alqueva, e questionado sobre tal, declara que este surge como uma das obras recentemente feitas na região, das quais “temos que estar orgulhosos”. Possibilitando ao Alentejo “encarar situações extremas como a que vivemos de seca”, o Alqueva surge como uma solução para o abastecimento público, “com frutos à vista na dimensão agrícola”, possuindo ainda um grande potencial turístico.
Contudo, afirma que “os problemas (do Alentejo) vão muito para além do Alqueva”, considerando que o potencial da região, nomeadamente “a fronteira com Espanha que nos torna centrais relativamente à Península Ibérica”, o Porto de Sines, a ferrovia que se encontra em desenvolvimento e o Cluster Aeronáutico de Évora, deveria ter sido mais explorado na sessão.
Neste sentido, afirma que foi retirado “tempo a quem tinha uma mensagem positiva” em prol da região, e que “foi dado tempo demais […] a quem tinha um discurso completamente negativo”.
Questionado sobre a intervenção no debate de Hortênsia Menino, Presidente da CIMAC (Comunidade Intermunicipal do Alentejo Central), em representação dos municípios alentejanos, declara ser “sempre difícil intervir-se quando a condução do programa não o permite”. Contudo, afirma que “os autarcas esperavam uma intervenção mais energética” da mesma, expondo e defendendo os seus problemas do dia-a-dia, na liderança dos seus municípios.
Mais acrescenta que a intervenção da Presidente da CIMAC poderá ter sido condicionada pelo facto de se encontrar em “fim de mandato”, razão pela qual “talvez lhe faltasse aquela legitimidade que temos no princípio de mandato”.
“Fez o possível, mas gostava […] que tivesse tido uma voz mais forte a favor do trabalho e do papel das autarquias no desenvolvimento deste Alentejo”, conclui.