O Presidente do Município do Alandroal explica, em entrevista à RC, a necessidade que houve da autarquia canalizar as verbas da cultura para o apoio social devido à pandemia, referindo que “é um esforço elevado, mas é um esforço que corresponde à nossa missão no concelho de tentar encontrar soluções no dia a dia”.
O autarca fala desta como uma “situação especial” e inesperada que obrigou a “mudar as prioridades”, a readaptar e “canalizar recursos para que o dinheiro não falte onde é necessário e onde pode fazer mais diferença”, tendo por isso de “sacrificar” outras vertentes.
Conta que o Alandroal “foi dos primeiros municípios” a cancelar os eventos “previstos para este ano”, alguns que se iriam realizar pela primeira vez e que não chegaram a ser lançados devido à crise pandémica que atingiu o país e o mundo.
Estes cancelamentos e adiamentos para o próximo ano foram feitos “não só por questões de segurança, mas também para podermos canalizar os recursos” para dar resposta às necessidades que surgiram.
Esclarece, no entanto, o município está “também a pensar nos aspetos culturais” e nos artistas “locais e regionais e todos os que trabalham na área da cultura e que precisam de ter o seu sustento assegurado”, revelando que estão a ser pensadas alternativas de orçamento para a componente da cultura.
“É importante estarmos ligados à cultura e muitas pessoas no país vivem disso e não podemos esperar nem pedir aos artistas que continuem todos só a fazer concertos online gratuitos, temos de compensar os nossos artistas por esse trabalho”.
O presidente do Alandroal afirma que poderá vir a ser necessário recorrer a “injecções de capital” para que seja possível fazer “face a todas as alterações que têm havido e continuar o nosso mecanismo de resposta às empresas e empresários. É única disposição que podemos vir a beneficiar”.
Apela a todos os alandroalenses que, apesar do desconfinamento, continuem “conscientes de que a situação não está ultrapassada e que os cuidados devem ser mantidos”. Relembra a importância de nos espaços públicos se andare “acompanhado de máscara para nos protegermos e protegermos quem se cruza connosco” para que “num futuro próximo não tenhamos que recuar”.
“Temos que continuar a manter comportamentos de reserva, de cuidado, de redução das saídas que não forem obrigatórias, de redução de comportamentos de risco, para termos um verão mais próximo daquilo que são os nossos comportamentos habituais e não um retrocesso”, conclui.