O Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) revelou a libertação de 17 aves juvenis da espécie tartaranhão-caçador no Alentejo. Estas aves, que nasceram em cativeiro após os ovos terem sido recolhidos para proteção, representam um passo vital na preservação desta espécie ameaçada.
A ação conjunta entre o ICNF e a Liga para a Proteção da Natureza visa contribuir para a sobrevivência contínua desta espécie no Alentejo, uma região que serve como habitat de nidificação para esta ave de rapina migratória.
De um total de 21 crias nascidas em cativeiro este ano, como parte de um programa de resgate focado no tartaranhão-caçador, 17 juvenis conseguiram sobreviver e foram agora libertados. Cada uma das aves foi identificada com anilhas e equipada com emissores, permitindo acompanhar a sua rota migratória até África, onde passarão o inverno. O ICNF antecipa que, daqui a três anos, estas magníficas aves possam ser avistadas nas planícies alentejanas, garantindo assim a sua presença na região de origem.
É de salientar que este ano foi implementado um apoio específico no âmbito do Plano Estratégico da Política Agrícola Comum, destinado à proteção das aves nas áreas de cultivo, especialmente nos campos de cereais praganosos e outras culturas de forragem. Através deste incentivo financeiro aos agricultores, que implica a preservação de um hectare de terreno em torno de cada ninho referenciado, foi possível proteger 33 ninhos de tartaranhão-caçador no campo.
Infelizmente, em Portugal, a presença desta espécie de ave caçadora tem vindo a declinar devido à degradação direta do seu habitat e ao aumento dos impactos negativos nos locais de nidificação. Essa situação é resultado das mudanças nas culturas e nas práticas agrícolas e pecuárias ocorridas nos últimos 10 anos. Com este esforço conjunto, o ICNF e parceiros estão empenhados em reverter esta tendência e garantir um futuro mais promissor para o tartaranhão-caçador.
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