As obras de conservação e restauro da Igreja da Misericórdia de Évora puseram a descoberto pinturas murais com mais de 400 anos, que terão sido pintadas ainda na segunda metade do século XVI. Conduto, quando forem concluídos os trabalhos, os frescos voltarão a ficar escondidos atrás das telas. Porém, os visitantes irão encontrar uma nota museológica, com informação descritiva e fotográfica, para que não voltem a cair no esquecimento.
Segundo declarações do provedor da Santa Casa da Misericórdia de Évora, Francisco Lopes Figueira, à agência Lusa, na passada quarta-feira, 24 de outubro, que desde a década de oitenta que os frescos “já eram conhecidos, mas nunca tinham sido estudados ou tratados”, encontrando-se “escondidos” atrás de telas barrocas. Aliás,
Agora, as pinturas voltaram a “ver a luz do dia” e foram alvo de conservação e limpeza, graças às obras no edifício. “São sete pinturas murais, a fresco, ao longo das paredes laterais da nave principal da igreja”, datadas da segunda metade do século XVI, ou seja, “da mesma altura da construção” do edifício, explicou o provedor.
Também o conservador restaurador de pintura mural responsável pela intervenção nos frescos da igreja, José Artur Pestana, explicou à Lusa que estamos perante “um belíssimo conjunto”, cuja autoria ainda está a ser estudada e comprovada cientificamente. Mas, fica a certeza de que “a pintura é de muito boa qualidade”.
Porém, os frescos que devem as suas condições de preservação, em parte, ao facto de estarem encobertos, voltarão a ser “escondidos”, quando terminarem as obras da Igreja da Misericórdia, apoiadas por fundos comunitários, envolveram trabalhos no exterior e interior do edifício, classificado como imóvel de interesse público desde 1983.