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Sexta-feira, Novembro 22, 2024

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Fundador da ADC com ”amargo de boca” pelo abandono do projeto das escombreiras na região diz José Soeiro(c/som)

 

Em 2008 foi inaugurada a Área de Deposição Comum (ADC) para os resíduos do mármore que se acumulavam nos concelhos do Alandroal, Borba, Estremoz e Vila Viçosa.

À data, estavam previstas oito ADC, numa obrigação imposta pelo Plano Regional de Ordenamento do Território da Zona dos Mármores (PROZOM), aprovado em 2002 .

Na altura estavam identificadas 178 escombreiras da região um problema ambiental considerado grave.

O Projeto da ADC contou com financiamento europeu e dinheiro público nacional, num valor de 5,6M€, e a primeira ADC inaugurada foi a de Borba . Depois de anos ao abandono ,  os quase 30 hectares da ADC foram leiloados em 2019 no âmbito do processo de insolvência que apenas permitiu pagar parte das dívidas da empresa gestora do espaço.

Recorde-se que a “Edc Mármores – Empresa Gestora das Áreas de Deposição Comum dos Mármores” era detida pelas quatro autarquias com mais pedreiras de mármore (Alandroal, Borba, Estremoz e Vila Viçosa), Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Alentejo, empresas e associação do setor.  

A Rádio Campanário falou com José Soeiro, Fundador da ADC, que questionado como foram os tempos em que presidiu a esta Agência e que sentimento lhe traz o facto de a mesma estar embargada e não existir uma solução à vista, José Soeiro realçou “eu fiz a ADC, fui fundador tal como fundei um Instituto que a antecedeu e os dois organismos numa lógica : Portugal tinha uma organização um bocadinho deficiente que era uma grande pulverização de instituições que asseguravam a função de coordenação de utilização dos Fundos Europeus e o objetivo foi, em duas etapas, concentrar a função de coordenação -ouvir, perceber e ser capaz de ir empurrando para o melhor caminho.”

Convicto de que este foi o projeto , acrescenta “depois reformei-me mas com orgulho do trabalho feito” recusando-se ainda assi  a tecer quaisquer outros comentários.

Questionado pela Rádio Campanário se uma obra desta natureza, agora ao abandono, é como se fosse um filho que estivesse abandonado  e se esta situação lhe deixa um amargo de boca, respondeu “deixa algum amargo de boca sim”.

José Soeiro foi uma das presenças na reunião que ontem se realizou  em Vila Viçosa e que contou com a presença da Ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, do Presidente da CCDR Alentejo, Ceia da Silva, e do executivo da Cãmara Municipal de Vila Viçosa, entre outras entidades, para analisar e debater alguns dos investimentos mais estruturantes para o oconcelho de Vila Viçosa.

A propósito da reunião, José Soeiro referiu “tive várias agradáveis surpresas pois encontrei pessoas com quem tive o prazer de trabalhar, a senhora Ministra com quem trabalhei muitos anos nas funções que ela exercia numa CCDR ; trabalhámos bem , é uma excelente profissional .”

No que diz respeito à reunião de trabalho, José Soeiro adiantou “assisti à reunião , não me cabia intervir, assisti com atenção e do meu ponto de vista, com base na minha experiência , vi primeiro os problemas serem objetivamente colocados , identificando objetivamente a necessidade e os valores em causa; ouvi com atenção e gostei que da parte da Senhora Ministra houve um apontar de soluções ; não vi promessas mas vi a identificação dos caminhos para encontrar soluções.”

 

 

 

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