A Galp vai parar a produção da maior refinaria do país, a de Sines, a partir de 4 de maio e com a duração de um mês. Este é o período expectável da paragem pois a capacidade para armazenar produto está a esgotar-se, segundo fonte oficial da empresa.
No entanto, a empresa assegura que esta paragem planeada não terá impacto nas pessoas afetas à refinaria da Galp, estando assegurado o abastecimento das necessidades de mercado. Esta paragem já está a ser planeada e resulta também das exigências de segurança no que diz respeito às restrições técnicas que afetam a operação.
A Galp adianta que a pandemia “criou constrangimentos no mercado nacional e internacional” que a forçaram a ajustar o aparelho refinador.
A paragem de uma das maiores unidades industriais do país, e uma das principais exportadoras, foi conhecida no dia de ontem, 20 de abril, dia em que se verificou um mergulho inimaginável nas cotações do petróleo em Nova Iorque para valores negativos. E o que está a deitar abaixo as cotações é precisamente a falta de capacidade dos produtores para armazenar mais produto.
O Brent que serve de referência a Portugal estava a negociar na casa dos 20 dólares por barril. No caso da petrolífera portuguesa, a atividade industrial é afetada pela queda do consumo no mercado doméstico, mas também pela descida das exportações, nomeadamente de gasolina, para o mercado norte-americano.
A empresa sublinha que este quadro interfere e impõe “restrições técnicas à operação das refinarias da Petrogal, cuja capacidade de armazenamento está a atingir rapidamente o seu limite. Estas unidades exigem níveis técnicos mínimos para operar, por força da produtividade mínima do equipamento produtivo, sem afetar a integridade dos ativos e a segurança de pessoas e do ambiente”. Daí que, justifica a Galp, será necessário suspender “temporariamente a operação da generalidade dessas instalações a partir de 4 de maio de 2020, por um período expectável de um mês”.
A refinaria de Sines é objeto de paragens de manutenção planeadas e regulares, a cada dois/três anos, mas será a primeira vez que vai parar por não ter mercado onde vender os produtos refinados.