O Governo espera alterar “no horizonte de cinco anos” o panorama do setor dos cerais, aumentando o grau médio de aprovisionamento de alguns produtos do setor dos cereais, pois considera que o atual cenário do setor é “desadequado”, disse esta terça-feira (15 de maio) o ministro da Agricultura, Luís Capoulas Santos.
Segundo o governante, que falava aos jornalistas em Elvas nas conferências inseridas no Dia do Agricultor, iniciativa promovida pelo Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária (INIAV) e de outras entidades ligadas ao setor agrícola, o atual cenário é “fruto de circunstâncias políticas e agroclimáticas”.
Luís Capoulas Santos afirma ainda que a tutela está a “trabalhar numa estratégia de médio e longo prazo” para alterar o panorama deste setor agrícola, embora reconheça que “Portugal não tem condições para ser autossuficiente em cerais”.
Atualmente, o grau médio de autoaprovisionamento anda nos “25%”, mas o Governo objetiva alcançar números de “cerca de 38%”, algo que “obriga a um conjunto de medidas, umas de natureza legal e outras que passam por apoios comunitários”.
Questionado sobre os apoios comunitários pós 2020, o ministro sublinha que “para ter boas políticas e boas regras é preciso ter um bom envelope financeiro”, dai, o Governo tem-se “batido pela manutenção do atual orçamento”.
Com a Politica Agrícola Comum (PAC) a rondar os “quase 9 mil milhões de euros”, a proposta da comissão pretende “substituir” o corte esperado nos fundos comunitários “pelo aumento da comparticipação nacional”, garantindo que “não está em causa falta de dinheiro, está em causa se o esforço do Orçamento nacional é maior ou menor”.
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