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Grândola – Uma caixa-de-ressonância do Alentejo, onde as paredes “respiram”

@Franscisco Nogueira - https://www.publico.pt/

Em Grândola há uma nova construção que se notifica pelas características arquitectónicas e as marcas que já deixa na paisagem.

Como conta o Público foi na vila de Grândola que um grupo de amigos comprou quatro lotes de terreno seguidos.

Na extensa planície, o terreno mais elevado e a norte tornou-se a Casa de Grândola, uma construção com cerca de 375 metros quadrados numa tonalidade terrosa que se entranha no cenário. Ricardo Bak Gordon, arquitecto, conta ao P3 que, depois de ter visitado o local, veio “de lá a pensar numa espécie de uma parede ou de uma construção que fosse uma caixa-de-ressonância de tudo o que ia acontecer por ali abaixo”.

Por “ali”, entenda-se, refere-se à paisagem árida típica do Alentejo, de castanhos secos salpicados por azinheiras.

Encostada a esta “parede” destaca-se uma piscina de formato invulgar que espelha a construção. “Uma referência muito clara às memórias que nós temos destas paisagens do Sul, os tanques agrícolas”, explica o arquitecto. De um lado ao outro, essa “asa que ampara o sul da casa” começa e acaba com duas salas, espaços sociais híbridos “entre estar dentro e estar fora” – uma mais voltada para as refeições e a outra para observar o pôr do Sol. Para norte, vão-se “encaracolando” os restantes espaços à volta de um pátio interior, num percurso que lembra um “pequeno claustro à volta da casa”, diz Bak Gordon.

Revestida a cal por dentro e por fora, com isolamento em cortiça do lado exterior, a habitação mantém a cor e textura do revestimento típico das habitações da zona em todas as divisões. A cal, material sensível e artesanal, enquadra a construção no Alentejo e permite à “própria casa respirar através das paredes”. Definindo-se pelas diferentes escalas e sombras num local naturalmente quente, “afirma a sua condição artificial”, ao mesmo tempo que “procura um diálogo harmonioso com a paisagem”.

In https://www.publico.pt/

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