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Grupo Pestana sacrificou árvores em Beja para instalar central solar

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Seis lódãos que Gonçalo Ribeiro Telles idealizou para o conjunto arbóreo instalado na parte exterior da pousada de S. Francisco em Beja sofreram uma poda drástica.

Segundo o jornal Público, há poucas semanas o Grupo Pestana Pousadas que detém a concessão da pousada de S. Francisco, em Beja, ordenou o corte drástico da copa de seis lódãos, recorrendo a um método que é conhecido por “poda camarária” dada a frequência com que as autarquias recorrem a este tipo de acção.

O PÚBLICO solicitou esclarecimentos ao Grupo Pestana, que diz ter actuado “no âmbito do programa de sustentabilidade ambiental do Pestana Hotel Group” e que passa pela instalação de painéis solares fotovoltaicos “com vista à redução da pegada ambiental”.

A localização da estrutura obrigou a proceder a uma “poda parcial de árvores cuja sombra invalidava a geração de energia solar”, mas “em nenhum momento esta operação colocou em risco as árvores intervencionadas ou provocou a sua destruição”, conclui a empresa.

Rui Eugénio, vereador da CDU, diz ter ficado “perplexo” quando tomou conhecimento do “desbaste de árvores frondosas no Largo da Pousada de S. Francisco”, uma intervenção que denunciou na reunião do executivo municipal de 17 de Maio por lhe parecer “abusiva”.

Também Rui Marreiros, vereador do PS na Câmara de Beja e responsável pela divisão de Ambiente e Sustentabilidade, disse ter ficado “estupefacto” quando observou a dimensão da poda nas árvores. “De repente, os telefonemas começaram e os alarmes soaram” em protesto e crítica contra o que estava a ocorrer aos lódãos que foram plantados no largo fronteiro à pousada de S. Francisco, relatou o autarca, garantindo que o município de Beja não teve qualquer participação naquele tipo de poda.

Fazendo a cronologia dos acontecimentos, Marreiros descreveu o que, na sua análise, aconteceu: “A pousada [Grupo Pestana Pousadas] contratou o serviço, montou uma grua, pediu [autorização à Câmara de Beja] para ocupar o espaço público e podar árvores dentro da pousada, onde são livres de fazerem o que muito bem entenderem”, observou.

O autarca admitiu que a capacidade de intervenção do município estaria sempre condicionada: “Tudo indica”, salientou, que o espaço “é propriedade da pousada [Grupo Pestana] e, consequentemente, as árvores eram propriedade sua”, frisando que “pouco havia a fazer” perante um facto consumado. “Não autorizamos, não sabíamos, nem fomos a tempo de intervir”, salientou ainda Rui Marreiros.

 

 

Leia a notícia completa em: Público

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