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Há novas vozes a cantar o Alentejo! “Ferrenhas d’Ossa” nascem para “elevar o Cante Alentejo e o concelho de Borba”

Borba, 28 de setembro de 2024 – No ano em que se celebram os dez anos de classificação do Cante Alentejano como Património Mundial da Unesco, nasceu um novo grupo de cante alentejano no concelho de Borba.

Depois do Grupo “Os Garridos”, a freguesia de São Tiago Rio de Moinhos vê nascer mais um grupo , desta vez no feminino. As Ferrenhas d’Ossa, compostas por doze elementos , pretende honrar aquela que é considerada a tradição expressão cultural mais genuína na Região Alentejo, e dar o seu contributo na promoção e valorização do concelho.

O Grupo, criado em julho deste ano, foi conhecido por ocasião das festas em honra de São Tiago Rio de Moinhos, padroeiro da Freguesia. Realizaram este sábado a sua primeira saída , fazendo parte da iniciativa “Vamos fazer as onze com Cante”, organizada pelo Município de Borba, onde também marcaram presença as Cantadeiras de Redondo.

Helena Caldeira, responsável pelo Grupo, em entrevista à Rádio Campanário explica como o grupo foi formado e quais os seus propósitos. Começa por referir que a ideia nasceu “de uma conversa informal, de café”. Não tardou até que o grupo estivesse formado, dando assim corpo a uma vontade que Helena Caldeira há muito acalentava.

O grupo não está totalmente fechado, ou seja, está aberto à comunidade e aceita novos elementos , podendo qualquer pessoa fazer parte dele desde que seja mulher. As Ferrenhas d’Ossa estão associadas ao Grupo Desportivo e Cultural de Rio de Moinhos, uma Associação de referência no concelho.

Composto por várias faixas etárias- a mais nova de 30 anos e a mais velha mais de 70 anos, Helena Caldeira realça a importância desta primeira atuação ser feita em Borba “estar em casa tem outro sabor, é especial”.

Questionada pela Rádio Campanário como “sente” o Cante Alentejano nos dias de hoje e se considera que a sua classificação enquanto Património Imaterial da Unesco foi determinante para uma maior valorização, Helena Caldeira salienta a este propósito “estes 10 anos de classificação pecam por tardios, já poderíamos e deveríamos ter muitos mais.”

Acredita que esta maior visibilidade que foi dada ao cante Alentejano “serviu para reavivar aquilo que nunca devia estar adormecido.” Acredita que no futuro mais grupos possam ser entretanto criados. A responsável pelo novo Grupo , assume-se como um pouco feminista, entendendo por isso que o Cante Alentejano no feminino é especial, prova da emancipação da mulher, um marco na nossa história.”

Com o Cante Alentejano a ser cada vez mais valorizado e respeitado no País e no Mundo, a constante criação de novos grupos é prova de que o talento das gentes do Alentejo não se esgota e perdura de geração em geração honrando o território através da sua tradição e genuinidade.

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