O espetáculo, intitulado “Lúmen”, surge no ano de saída de Rui Horta como diretor artístico d’O Espaço do Tempo, criado há 22 anos em Montemor-o-Novo, sendo sucedido nesse cargo pelo encenador e programador Pedro Barreiro.
As três apresentações, as duas primeiras às 21:30 e a de domingo às 16:00, vão decorrer no Cineteatro Curvo Semedo e, em palco, vão estar 42 pessoas, quase todas amadoras, incluindo várias dezenas de montemorenses, bem como outros habitantes da cidade e da região.
A Rádio Campanário esteve à conversa com Rui Horta, que nos explicou que espetáculo é este e nos falou da sua saída deste espaço cultural.
Rui Horta começou por nos referir, a propósito deste espectáculo “Lúmen” “é uma criação muito atípica, de uma hora e pouco feita com a comunidade de Montemor e que celebra uma vida aqui” acrescentando “é uma obra artística onde os intérpretes são quase todos amadores e celebra a vida que nós temos em comunidade em Montemor-o-Novo, que é muito especial.”
Rui Horta descreve Montemor-o-Novo como “uma cidade muito forte, uma cidade alentejana fantástica, com um lado individual muito forte e eu penso que é cada vez mais importante defender estes valores em sociedade.”
O ainda diretor artístico d’O Espaço do Tempo sublinha igualmente que esta peça “celebra uma luz interior que cada um de nós emana sem diferença de género, de raça, de idades, de situação económica e é um bonito espaço de encontro.”
Através de uma audição aberta o espetáculo conta com a participação de cerca de 40 participantes da comunidade, com diferentes faixas etárias. Questionado se foi fácil motivar a comunidade para esta participação Rui Horta referiu “foi fácil sim, as pessoas responderam positivamente.”
No que diz respeito à sua saída, 22 anos depois de ter entrado para o Espaço Do Tempo, Rui Horta descreve este período como “um período importantíssimo da minha vida” acrescentando ainda “construímos muito para os outros , para os artistas deste país, e connosco as pessoas habituaram-se a ter arte de topo de gama em Montemor-o-Novo.”
“Esta minha relação com o Espaço do Tempo e com Montemor-o-Novo é também uma história de afetos com a comunidade” adiantou Rui Horta que quando questionado sobre o sentimento na hora da saída nos refere “é um sentimento de missão cumprida.”
“É bom olhar para trás e ver que onde não havia nada a este nível há hoje uma estrutura que serve 700 artistas por ano , que tem 100 residências e que tem um impato na vida económica da cidade enorme e que tem também muito impacto junto das pessoas” concluiu Rui Horta que deixa a direção artística d’O Espaço do Tempo depois de 22 anos dedicados à cultura.
Foto de Rui Horta: DN