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Historiador José Calado: “O homem passa, as Misericórdias ficam! É uma história que nunca acaba”

Évora, 29 de setembro de 2024– No âmbito da 13ª edição do Dia do Património das Misericórdias, realizado na passada sexta-feira , em Évora, numa organização da União das Misericórdias Portuguesas e da Santa Casa da Misericórdia de Évora, foram apresentadas duas publicações- a revista cultural “Lembranças”, e a obra “Atividade Hospitalar da Misericórdia de Évora”, ambas da responsabilidade da Misericórdia de Évora.

José Calado, investigador e historiador, fez una breve apresentação das duas publicações e em declarações à Rádio Campanário explicou o contexto em que as duas obras foram produzidas e qual a sua importância.

Começa por nos referir que os dois livros são da Santa Casa de Évora realçando que a Instituição, nos últimos anos, “tem investido muito na componente da divulgação da cultura e do Património da história da Misericórdia.”

De acordo com o Historiador, a obra “Atividade Hospitalar da Misericórdia de Évora” reflete um estudo sobre a história do hospital da Instituição, vulgo Hospital do Espírito Santo que durante grande parte da sua história foi gerido pela Misericórdia.” A publicação incide especialmente sobre “o período entre 1755(altura do grande terramoto de Lisboa) e 1899, período de mudança ao nível da saúde pública em termos nacionais e em que o País se viu confrontado com o flagelo da peste bubónica.”

O investigador, um dos mais reconhecidos em todo o País, salienta que a obra permite conhecer “a realidade deste hospital nesse período difícil, um percurso pela gestão da administração passando pelos funcionários e a forma como os doentes eram “assistidos” nessa época, numa vertente da cura espiritual e física.”

Já no que toca à Revista Cultural “Lembranças”, José Calado adianta à RC que “durante muitos anos as grandes misericórdias, como a de Évora, uma das maiores, tinham sempre muitos assuntos para debater e existia um livro, chamado de lembranças, onde eram registados todos os assuntos importantes que existiam para ser tratados.” Esta revista é, por isso, “uma lembrança das misericórdias, não apenas da Instituição de Évora, mas de todas em geral”, tratando-se assim de uma revista de cultura, com continuidade já assegurada.

Duas publicações que vêm reforçar a importância da história das Misericórdias Portuguesas no País, uma história que para José Calado “nunca acaba”.  “As misericórdias Portuguesas resistiram a todo o tipo de cataclismos, mudanças de regimes políticos, crises, epidemias e conseguiram continuar até aos dias de hoje.

“São instituições com mais de 525 anos, que se mantém bem vivas. O homem passa, as Misericórdias ficam” concluiu José Calado.

O Investigador e Historiador José Calado têm trabalho em conjunto com muitas das Misericórdias do País na concretização de projetos e publicações que permitem assegurar a história de Instituições com mais de cinco séculos de vida , e que assumem nos dias de hoje, um papel cada vez mais importante na sociedade portuguesa.

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