O Conselho de Administração do Hospital do Espírito Santo de Évora (HESE) anunciou que vai implementar a partir desta terça-feira, dia 6 de outubro, um novo modelo de atendimento de Urgência Pediátrica “para garantir a assistência às crianças e jovens do Alentejo, assegurando um atendimento de qualidade aos seus utentes”.
Segundo o comunicado enviado à nossa estação emissora, o Conselho de Administração do HESE divulgou que entre agosto e setembro, o Serviço de Urgência Pediátrica viu reduzida a sua equipa em 7 elementos (4 pediatras por baixas médicas e 3 por rescisão de contrato). Até ao momento, “realizaram-se múltiplas tentativas de contratação de Pediatras, todavia, não houve uma resposta que permitisse colmatar aquelas ausências de forma sustentada”, lamentou o Conselho de Administração.
O novo modelo de atendimento na urgência pediátrica, desenhado em articulação com a Administração Regional de Saúde do Alentejo (ARSA), mantém o atendimento pediátrico urgente com um pediatra de presença física (continuando-se a recorrer a prestadores de serviços, se tal se revelar necessário), e com um ou dois médicos com treino pediátrico, que farão o primeiro atendimento. As instalações mantêm-se as mesmas, assim como o circuito destes doentes. No entanto, a afetação dos recursos humanos e das instalações atuais passarão a estar sob a responsabilidade do Serviço de Urgência Geral, à semelhança do que acontece com outras especialidades, tais como a ortopedia, a medicina interna ou a cirurgia geral.
O modelo será transitório até ao regresso dos pediatras que se encontram de baixa, em conjunto com o preenchimento das vagas atribuídas pelo Ministério da Saúde no concurso de especialistas.
Maria Filomena Mendes, Presidente do Conselho de Administração, realça que “esta é uma situação transitória para dar resposta aos nossos Utentes e aos nossos Profissionais, cumprindo dois objetivos principais da nossa missão: garantir o atendimento de quem a nós recorre, no caso às crianças e jovens do Alentejo, evitando que tenham que se deslocar para outros Hospitais distantes, nomeadamente para Lisboa, e respeitar os direitos dos profissionais do HESE”.
E acrescenta que “com este modelo procuramos precisamente garantir aquela resposta, à semelhança do que vigora em outros hospitais da Região. Entretanto, o Conselho de Administração continuará a fazer todas as diligências no sentido de encontrar especialistas de pediatria que queiram integrar a equipa do HESE, quer em prestação de serviços, até ao regresso dos pediatras que se encontram de baixa, quer em contrato de trabalho sem termo ou em mobilidade, de modo a assegurar o rejuvenescimento da equipa do serviço de Pediatria, atualmente constituída por 23 pediatras (na sua grande maioria em idade que permite a dispensa de realização de atendimento no serviço de urgência pediátrica).”
Interessa também sublinhar que, pela primeira vez em muitos anos, o Despacho n.º 7654-D/2020, de 4 de agostos, considerou a especialidade de Pediatria no Hospital do Espírito Santo de Évora, E.P.E. como carenciada e atribuiu 9 postos de trabalho como número máximo de postos de trabalho com direito a incentivo de natureza pecuniária, procurando assim constituir mais um instrumento destinado à criação de soluções para o reforço de profissionais (também desta especialidade) no HESE.