Após ter sido decretado o “estado de calamidade”, o Hospital do Espírito Santo prepara-se para retomar gradualmente a atividade habitual não urgente, que foi recalendarizada na sequência do “estado de emergência”, no âmbito do plano de combate à COVID-19, de forma a garantir a segurança dos Utentes e dos Profissionais.
O HESE manteve sempre a atividade assistencial considerada inadiável pela equipa clínica, intensificou a realização de consultas não presenciais, ao mesmo tempo que manteve a atividade presencial habitual em algumas áreas. Neste âmbito mantivemos a atividade assistencial dos doentes oncológicos, de traumatologia, de obstetrícia, de imunoalergologia, entre outras áreas de especialidade, assim como toda a atividade de urgência, vias verdes de AVC e Coronária, e internamento.
Nesta nova fase, é prioritário retomar a atividade, mantendo como foco a segurança dos Utentes e dos Profissionais. Neste sentido, estão a ser delineadas diferentes estratégias e tomadas medidas, em articulação com os diferentes Serviços Hospitalares, para cada uma das principais áreas de atividade do HESE: Urgências, Consultas, Cirurgias, Meios Complementares de Diagnóstico e Terapêutica, e Internamento. Cada área exige medidas diferentes ajustadas à atividade assistencial específica, aos Profissionais e aos Utentes de cada uma delas. Pretende-se, de uma forma gradual, recuperar a atividade assistencial habitual enquanto se mantém toda a prontidão para o atendimento e tratamento de doentes COVID (Serviço de Urgência Geral e Pediátrica, Internamento e Unidade de Cuidados Intensivos).
De uma forma geral, todos os Utentes que se dirijam ao Hospital, devem cumprir as orientações preconizadas pela Direção Geral de Saúde, para garantir a segurança de todos: usar máscara, cumprir a distância de 2 metros em relação a outras pessoas, realizar a higienização das mãos, etiqueta respiratória, respeitar os limites de lotação nas salas de espera e cumprir todas as orientações dadas pelo Conselho de Administração e pelos Profissionais do HESE.
Em relação às consultas externas, os Utentes serão todos contactados e informados sobre a data, hora e procedimentos de segurança que deverão cumprir no dia da consulta, por forma a promover a segurança de todos. No dia da consulta, é muito importante que o Utente cumpra o horário estabelecido e que compareça apenas 15 minutos antes da hora marcada. Ao chegar à consulta, deverá passar pelo posto de triagem existente no espaço físico da consulta externa, onde terá de medir a temperatura e responder a algumas questões de caráter epidemiológico. Após a triagem, e não sendo considerado um Utente com características de caso suspeito, será atendido. A permanência do acompanhante do utente não é permitida, salvo em situações excecionais e devidamente fundamentadas. Está também em implementação um Plano de Consultas Não Presenciais: Teleconsulta / Audioconsulta / Videoconsulta, que reforçará a proximidade e o acompanhamento ao Utente.
Em relação à retoma da atividade cirúrgica, realce-se que se irá manter o procedimento de realização de testes de PCR para SARS COV 2 a todos os doentes antes de qualquer procedimento cirúrgico ou de técnicas de intervenção que o justifiquem, assim como do internamento, quer estas atividades sejam programadas ou não. Nesta área de atividade assistencial o desafio é ainda maior, pois a capacidade instalada já ficava aquém das necessidades, por isso, face a esta nova realidade, será imprescindível o aumento dessa capacidade para conseguir reduzir listas e tempos de espera, assegurando a separação de circuitos entre doentes e a segurança de doentes com e sem COVID.
A retoma da atividade dos Meios Complementares de Diagnóstico e Terapêutica (MCDT’s) estará alinhada com a retoma das principais atividades requisitantes de mcdt´s: urgência, internamento, consulta externa e atividade cirúrgica. Estão a ser criadas novas salas de espera que garantam o distanciamento social entre os utentes e serão também reforçadas as equipas, por forma a garantir uma maior e melhor resposta.
Em relação ao internamento, foram muitas as alterações nestas últimas semanas para garantir a resposta aos doentes COVID e à situação de pandemia que vivemos, pelo que teremos de manter alterações e adaptar novos espaços para garantir simultaneamente a prontidão para tratamento dos doentes COVID e a recuperação gradual da atividade assistencial habitual. Nesta fase continuam suspensas as visitas e os acompanhantes nos internamentos.
Maria Filomena Mendes, Presidente do Conselho de Administração do HESE, refere que “este é mais um enorme desafio, neste contexto de pandemia, pois se numa primeira fase tivemos que recriar o Hospital para receber os doentes COVID e recalendarizar a atividade assistencial considerada inadiável de doentes não COVID, para garantir o atendimento e a segurança de todos, agora o desafio é ainda maior dada a singularidade das nossas instalações. As equipas do HESE têm sido, ao longo destes meses difíceis para todos, absolutamente excecionais em termos de profissionalismo, dedicação aos doentes e capacidade de adaptação à alteração das nossas circunstâncias. Contamos com todos para vencer mais este desafio e teremos que ser todos agentes de saúde pública, dentro e fora do Hospital, quer os Utentes quer os Profissionais de Saúde. A população conta com o Hospital e o Hospital conta, mais uma vez, com a colaboração e a ajuda de todos.”